MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 26 de agosto de 2012

Fábrica da Hyundai chega sob pressão por salário


Folha Vitória
Agência Estado
Redação Folha Vitória
São Paulo - A fábrica da Hyundai em Piracicaba, no interior de São Paulo, inicia operações em 20 de setembro já sob pressão do movimento sindical. A reivindicação é por piso salarial similar ao das outras montadoras da região, como as japonesas Toyota e Honda, de R$ 1,6 mil. A Hyundai paga R$ 1,2 mil.

Junto com a parceira Kia Motors, a companhia é a quinta maior fabricante mundial de carros, e essa é sua primeira investida na América Latina. Uma fábrica em Goiás, do grupo brasileiro Caoa, produz alguns veículos da Hyundai, mas sob licença.

No início do mês, o Sindicato dos Metalúrgicos de Piracicaba realizou assembleia nos portões da fábrica e atrasou em uma hora a entrada do 1,5 mil funcionários que estão em treinamento e dão retoques finais para iniciar a montagem do compacto HB20, o primeiro da marca no País.

"Já tivemos 11 reuniões com representantes da Hyundai nos últimos meses, mas a negociação é muito difícil", diz José Florêncio da Silva, presidente do sindicato, ligado à Força Sindical. O piso salarial dos metalúrgicos em Piracicaba é de R$ 1.064.

Embora a Hyundai pague um pouco mais, o sindicalista defende valor igual ao das demais montadoras do interior de São Paulo, que pagam piso 30% maior. Outro pedido é a redução da jornada de trabalho, que é de 44 horas semanais, enquanto nas outras empresas é de 40 a 42 horas.

Mão de obra. No ano passado, a convite da Hyundai, Silva visitou as fábricas na Coreia do Sul e tentou saber quanto ganha o operário coreano. "Apenas responderam que o salário é bom."

A mão de obra foi um dos itens da cesta de custos que a Hyundai levou em conta ao escolher Piracicaba para a fábrica, que terá capacidade para 150 mil veículos ao ano. A partir de 2013, estão previstos mais dois modelos, um sedã e um utilitário.

O HB20 vai concorrer com modelos como Volkswagen Gol, Fiat Uno e Ford Fiesta, na faixa de preço abaixo de R$ 30 mil. O investimento é de US$ 600 milhões, mesmo valor aplicado pela japonesa Toyota na fábrica inaugurada no início do mês em Sorocaba, inicialmente para 70 mil unidades ao ano, também de um compacto, o Etios.

O gerente de Relações Públicas da Hyundai, Maurício Jordão, diz que a empresa mantém negociações com o sindicato para discutir a equiparação salarial, mas ressalta que, por ser a primeira montadora na cidade, a "mão de obra ainda está sendo formada".

Embora a produção comece em setembro e as vendas do HB20 em outubro, a inauguração oficial da fábrica só ocorrerá em novembro, em razão da agenda de executivos e autoridades da Coreia e do Brasil.

No terreno da Hyundai - uma área de 1,39 milhão de metros quadrados doada pela prefeitura -, estão quatro autopeças pertencentes ao grupo: a Dymos (bancos), Hysco (chapas de aço), Mobis (painéis) e Glovis (logística).

Próximo ao complexo estão as coreanas Hwashin (para-choques, peças para porta e barra de direção), Doowon (ar-condicionado), Hanil (interiores), THN (chicotes e outros itens), Myoung Shin (carrocerias), todas recém-chegadas ao País, e a francesa Faurecia (escapamentos), que já atua em Limeira. As dez empresas devem empregar inicialmente 1,3 mil pessoas, com planos de chegar a 3 mil.

O prefeito de Piracicaba, Barjas Negri, diz que está recebendo novas consultas para a instalação de empresas de pequeno e médio portes dos setores de autopeças e transporte de veículos. Altos valores dos terrenos e a suspensão de benefícios fiscais antes oferecidos pela prefeitura, contudo, estão levando novos investimentos para as cidades vizinhas. A Mando (freios ABS) e a DAS Corporation (cintos de segurança), escolheram Limeira.

O escritório TozziniFreire Advogados, que em setembro inaugura unidade em Piracicaba, assessora quatro fabricantes de autopeças da Coreia, Japão e EUA interessadas em se instalar na região. Outro grande escritório de direito, o Demarest & Almeida, também abriu escritório local.

Lenda. Piracicaba abriga outras grandes empresas, como a fabricante de máquinas Caterpillar, com 5,7 mil empregados, e a Dedini, do ramo sucroalcooleiro.

Quando a fábrica foi anunciada, em 2008, chegou-se a falar na criação da "Hyundainópolis", cidade própria que abrigaria funcionários, muitos deles coreanos. "Isso foi uma lenda", diz Negri.

As estimativas eufóricas provocaram um boom imobiliário e uma valorização média de terrenos e imóveis de 20% ao ano, informa Angelo Frias Neto, presidente da Associação Comercial de Piracicaba. "Agora, os preços estão se estabilizando". Entre os novos empreendimentos está a construção de um segundo shopping center, para inauguração em 2014, e a duplicação do atual. As informações são do jornal O Estado de S.Paulo.

Nenhum comentário:

Postar um comentário