MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 8 de abril de 2012

Alta no preço dos serviços começa a perder fôlego


Folha Vitória
Agência Estado
Redação Folha Vitória
RIO - A forte desaceleração no ritmo de alta dos preços dos serviços surpreendeu economistas na leitura de março do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA). O resultado indica que uma saturação nos aumentos pode ter levado à retração da demanda.
A inflação de serviços reduziu o avanço de 1,25%, em fevereiro, para 0,52%, em março. Subiram menos itens como empregado doméstico (de 1,78% para 1,38%), aluguel residencial (de 1,19% para 0,45%) e condomínio (de 0,68% para 0,48%).
"O aumento alcançou nível muito alto. Talvez tenha chegado a um limite e a demanda menor tenha segurado os preços", avalia Eulina Nunes dos Santos, coordenadora de Índices de Preços do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
As altas nos preços dos serviços começaram a desacelerar em dezembro, segundo o Índice de Preços ao Consumidor (IPC), da Fundação Getúlio Vargas. A taxa em 12 meses chegou a 6,98% em novembro, mas, em fevereiro, já havia recuado para 6,28%.
O farmacêutico Daniel Tonin sentiu na pele o encarecimento de serviços e conta que precisou mudar de hábitos. Trocou o restaurante de comida a quilo onde almoçava por outro que cobra metade do preço. E também trocou de cabeleireiro três vezes no último ano, em busca de serviço mais barato. "Pagava R$ 50 para cortar o cabelo num salão em Ipanema (zona sul do Rio). Depois, mudei para outro que cobrava R$ 30. Dois meses depois, peguei indicação de outro salão com uma amiga, em Botafogo, que cobrava R$ 17. Mas, fazendo as contas, vi que valia a pena investir em uma máquina de aparar o cabelo e preferi passar a cortar eu mesmo, em casa", conta Tonin.
Abrir mão de um hábito não é comum entre consumidores que ganham poder aquisitivo. Por isso há espaço para que os preços continuem subindo. O professor de Comportamento do Consumidor no Ibmec-RJ Leonardo Barbosa explica que o aumento da renda fez com que o brasileiro se acostumasse a novos hábitos de consumo. Uma vez incorporado à rotina, dificilmente ele será abandonado. "Há uma hierarquia, uma prioridade. Se o preço subir muito, o consumidor vai deixar de usar outros serviços, de lazer, talvez. Vai ao shopping, mas não vai comprar nada", diz Barbosa.
A consultoria Tendências acredita que a redução na inflação de serviços seja pontual porque as condicionantes do mercado de trabalho, que costumam pressionar os preços, permanecerão favoráveis ao longo de 2012.

Nenhum comentário:

Postar um comentário