Doença
que acometeu as artistas Anitta e Larissa Manoela age de forma
silenciosa, sendo caracterizada por cólicas menstruais intensas
A
endometriose é uma doença que altera o funcionamento normal do corpo
das mulheres, em que as células do tecido que reveste o útero
(endométrio), em vez de serem expulsas durante a menstruação, se
movimentam no sentido oposto e caem nos ovários ou na cavidade
abdominal. Lá, elas voltam a se multiplicar, causam inflamação,
sangramento e fortes dores nas pacientes.
O assunto entrou em pauta recentemente, depois do relato das artistas Anitta e Larissa Manoela, que conviveram com os sintomas.
A
doença ainda é alvo de muita desinformação entre as mulheres, havendo a
crença de que cólicas menstruais intensas são normais, mascarando o
diagnóstico da endometriose.
Segundo
a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), a inflamação do
endométrio afeta cerca de 10% da população feminina brasileira, sendo
mais frequente entre mulheres de 25 a 35 anos de idade.
O
médico cirurgião Marcos Fortes, que atua pela Pró-Saúde no Hospital
Regional do Baixo Amazonas, e é responsável pelos procedimentos
operatórios para o tratamento de endometriose, destaca os principais
sintomas da doença.
“Geralmente,
a paciente apresenta dor crônica que se intensifica no ciclo menstrual.
Ela sente dores durante as relações sexuais, também, pois o crescimento
do tecido endometrial fora do útero pode alcançar locais que, ao serem
estimulados durante a relação, causam fortes dores nas mulheres",
explica.
Em casos mais
graves, nos quais há o crescimento significativo do endométrio, podem
vir à tona outros sintomas, como dores gastrointestinais, devido à
compressão do intestino; na bexiga, pois se observa o sangramento ao
urinar; e comprometimento do ovário, onde ocorre obstrução e distensão
de trompas, causando infertilidade na mulher.
A doença tem cura
A
endometriose pode ser tratada e tem cura. A mulher pode realizar
tratamento clínico com medicamentos hormonais com orientação do médico
ginecologista, ou realizar procedimento cirúrgico, como foi o caso da
cantora Anitta, que realizou o procedimento corretivo em julho deste
ano.
Nas cirurgias, pode ser
necessária a retirada de um ponto específico da endometriose ou até
mesmo de parte dos órgãos, como útero e ovários. A conduta médica vai
depender do grau de comprometimento da inflamação, e se há resposta ao
tratamento clínico.
"A
doença pode ser detectada através do exame clínico, levando em
consideração a história da paciente e a relação com os ciclos menstruais
e a dor. É importante pensarmos que toda dor crônica pélvica nas
mulheres pode ser endometriose. Por isso, a realização do exame
ginecológico adequado é essencial", ressalta o cirurgião.
A
maneira mais eficiente de prevenir a doença é acompanhamento
ginecológico contínuo. Este profissional poderá fazer a identificação de
sintomas precoces, recomendando a conduta correta para o tratamento da
doença.
“É sempre necessária a
avaliação do médico especializado para definir o diagnóstico correto,
pois pode coincidir com outras doenças. Mas a dica mais importante para
as mulheres é que em caso de dor persistente, intensa e de maneira
repetida pode haver a possibilidade de endometriose. Procure um
ginecologista e se mantenha saudável", recomenda o médico.
Texto: Julyana Paiva
GUSTAVO CAMPOS
analista de comunicação
(93) 2101-0700 (93) 98122-6465 hrba.org.br
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