António Costa nunca deixará de ser um gestor medíocre. Gere para o aumento da pobreza e da subsidiodependência. Só é exímio na extorsão fiscal. Vicente Ferreira da Silva para o Observador:
1 António Costa diz que resolve problemas. E os problemas que cria? Mas a piada é outra.
António
Costa tem 62 anos. Filiou-se no PS com 14 anos (1975) e foi eleito para
o primeiro cargo público com 22 anos (1983). Mesmo não considerando o
que fez antes e assumindo apenas a data da sua primeira eleição para um
cargo público, António Costa está e vive da política há 40 anos. Diz que
se não houvesse problemas em Portugal ia fazer outra coisa na vida. Mas
o quê, concretamente? Que sabe António Costa fazer para além da
política?
António
Costa é o protótipo de alguém que vive à custa do sistema político. Há
mais casos, obviamente. E dois desses casos ladeavam-no quando António
Costa proferiu estas afirmações no Parlamento. Ana Catarina Mendes tem
50 anos. Foi eleita deputada pela primeira-vez com 22 anos (1995). Por
sua vez, Mariana da Vieira da Silva, tem 45 anos. Aos 27 anos, começou a
assessorar Ministros (2005 a 2011); depois foi Secretária de Estado
(2015 a 2019) e a partir dessa data é Ministra. Para além de serem parte
e de viverem à custa do sistema político, que fizeram profissionalmente
estas pessoas de relevante?
Não
admira que nem António Costa, nem o PS, estejam dispostos a fazer com
que o sistema político português seja mais eficiente, eficaz e justo.
Principalmente para que haja mais responsabilidade e responsabilização
por parte dos titulares dos órgãos do Estado.
Que
conseguiu António Costa como gestor? Ora vejamos, Portugal caiu 8
lugares no Índice de Qualidade das Elites (de 22º para 30º). Admirados?
Eu não. É muito provável que António Costa faça parte da “elite”.
Paradoxalmente, até as elites chinesas são melhores do que as nossas (a
China ficou no lugar que Portugal tinha).
Nem
a pandemia, nem a inflação, são desculpa. Todos os países da Europa
foram afectados pela pandemia e estão a sê-lo pela inflação, sendo os
resultados das respectivas governações distintos dos nossos – Portugal
manteve a posição ao nível do poder político (19.º lugar), mas caiu 26
posições no valor criado (da 11ª para a 37.ª posição em 2023). Em termos
económicos, a concentração de poder passou da 25ª para a 42ª posição e a
criação de valor económico baixou duas posições (37º para 39º).
Nas
últimas duas décadas – período em que o PS governou aproximadamente 15
anos – Portugal, com apenas 0,8% de crescimento médio anual, foi
ultrapassado por 8 economias da UE (Eslovénia, Malta, Chéquia, Estónia,
Lituânia, Polónia, Hungria e Roménia).
E
nos últimos dez anos, oitos dos quais com os Governos de António Costa,
a competitividade da economia estagnou. Resultado? A pobreza e a
subsidiodependência aumentaram. A gestão de António Costa é medíocre.
Excelência só na propaganda.
2
É preciso acabar com alguns mitos. Para isso é fundamental perceber
algumas diferenças. O Estado não é extorsionista. O verdadeiro
extorsionário é o Governo. E António Costa já é o maior extorsionista da
III República.
O
Estado é muito mais do que o Governo. Este faz parte do Estado e, num
regime democrático, nunca será a totalidade do Estado. Dito por outras
palavras, a dimensão política da sociedade não se limita ao Governo que
apenas é uma subdivisão de um dos três elementos – povo, território e
organização política – do Estado e o representante do poder executivo no
contexto da Separação dos Poderes.
Portanto,
cabe ao Governo gerir o destino do país. Para isso, não basta
apresentar um programa de Governo. Também é necessário elaborar o
Orçamento de Estado. É neste documento que são expressas as decisões no
âmbito fiscal.
É
o Governo quem decide quantos e quais impostos (e taxas) os
contribuintes são obrigados a pagar e também é o Governo. A máquina
fiscal é gerida pelo ministro das finanças, Fernando Medina, subalterno
do Primeiro-ministro. Ou seja, quem extorque os portugueses é o Governo
de António Costa.
Ora,
quando chegou ao poder, António Costa disse que a austeridade tinha
acabado. Efectivamente é verdade. A austeridade fiscal acabou. Nunca
antes tantos pagaram tanto imposto em tão pouco tempo. E todos os anos é
a mesma coisa. O Governo diz que não vai aumentar os impostos. Todos os anos a receita fiscal quebra recordes. Mas não se preocupem. Para um socialista haverá sempre mais impostos a cobrar.
Para
além disso, o Governo tem tido receitas fiscais extraordinárias devido à
inflação. Que fez com esse excedente? Distribuiu algumas migalhas e
prepara-se para dar mais umas esmolas nos períodos eleitorais que se
avizinham. Podia diminuir a carga fiscal, mas isso seria uma heresia.
O
Governo de António Costa volta a acenar com a ilusão das verbas no
Orçamento de Estado. Não se deixem enganar. O Governo fará o que sempre
fez. Orçamentará muito e executará pouco. Resultado? A classe média está
sob ataque cerrado. Para os socialistas, o futuro requer sempre mais
pobres.
Também
por isso é importante passar a referir “o Governo é extorsionista”.
Dizer “Estado” só tem ajudado António Costa a fugir das suas
responsabilidades.
Postado há 2nd October por Orlando Tambosi
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