
Fachin levou uma pancada tão forte que foi a nocaute
Carlos Newton
Não é de se estranhar que o presidente Jair Bolsonaro tenha declarado guerra ao Judiciário, após perceber que o tal pacto de governabilidade, sugerido por Dias Toffoli quando presidia o Supremo, era apenas uma peça de ficção. A essa altura, já se sabia que Bolsonaro não tem limites, é um rebelde sem causa, que não tem traquejo nem qualificação para exercer a Presidência. Tinha sido eleito por simples exclusão, pois a maioria não aguentava mais o lulopetismo e suas enganações.
Portanto, já era mais do que esperado que Bolsonaro ameaçasse a democracia, com ataques cada vez mais ensandecidos ao Supremo, ao Tribunal Superior Eleitoral e ao sistema de votação eletrônica.
O INESPERADO – O que ninguém podia prever é que ministros do STF e do TSE caíssem na armadilha de Bolsonaro e também passassem a agredir o regime democrático, como tem acontecido tão espantosamente. Como dizia o cantor Johnny Alf, é o inesperado a nos fazer uma surpresa.
Se ministros como Edson Fachin e Alexandre de Moraes não se intrometessem em política e se comportassem com tamanha insensatez, hoje Bolsonaro estaria falando sozinho e cada vez mais isolado, sem a menor chance de reeleição.
Mas acontece exatamente o contrário, pois Moraes e Fachin não perdem oportunidade de radicalizar o clima, com decisões e declarações que incentivam um extremismo político que não interessa ao país e põe em risco a própria democracia.
FACHIN PROVOCADOR – Todos notam que o ministro Fachin está se achando, como se diz hoje em dia. Desde que inventou a anulação das condenações de Lula, a pretexto de que haveria uma dúvida sobre o local onde foram cometidos os crimes, e com essa justificativa imoral conseguiu devolver à política o chefe do maior esquema de corrupção do mundo, depois disso Fachin entrou em delírio e achou que nada poderia contê-lo. Mas estava enganado.
Seu maior erro foi subestimar as Forças Armadas. Sem o menor motivo, fez provocações gratuitas à participação dos militares na Comissão de Transparência das Eleições, a convite de Luís Roberto Barroso, que então presidia o TSE.
Fachin chegou a criticar publicamente a falta de conhecimento dos especialistas militares, considerou infantis os questionamentos deles e depois os desafiou, ao afirmar que eleições seria conduzidas por “forças desarmadas”.
EM ÊXTASE – Em seu delírio de poder, Fachin estava em êxtase até sexta-feira, quando recebeu o ofício do Ministério da Defesa, colocando as coisas em seu devido lugar, com palavras duras e precisas.
Fachin ainda tentou uma jogada de seu “jus embromandi”, dizendo que ia “analisar” o pedido do general Paulo Sérgio Nogueira, mas já estava acabado, tinha sofrido nocaute no primeiro round. Acovardou-se e fez uma segunda nota em pleno sábado, reconhecendo que, entre as 15 propostas (infantis) dos militares, dez tinham sido aceitas, quatro estavam em análise e um delas fora rejeitada por oferecer transparência excessiva, vejam que desfaçatez.
E pior! Essa espantosa afirmação foi feita pelo trêfego Fachin vários dias após ter comunicado oficialmente à Defesa que já estava encerrada a fase de propostas.
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