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O Novo Honda City chegou também em versão hatchback e com missão difícil: substituir o consagrado Honda Fit.
Mesmo longe de ser um monovolume, a Honda deu um jeitinho para que a compensação fosse mais atraente, mesmo que em detrimento do bagageiro.
Em duas versões, o sempre tão esperado hatch da Honda é um carro médio em comprimento e tem algo mais interessante que o agora chamado Magic City.
Com motor 1.5 dotado de injeção direta e 126 cavalos, o Honda City hatch tem somente CVT e duas opções, sendo a avaliada, a topo de linha Touring, que sai por R$ 122.600.
Índice
Por fora…
Visualmente, o Honda City hatch é basicamente o sedã sem o porta-malas, porém, tem mais atitude nas linhas e até lhe cai bem as rodas aro 16 polegadas, que parecem de 15 no sedã.
Na frente, abaixo da barra cromada, a grade tem elementos hexagonais, diferente dos frisos do sedã. Com colunas C valorizadas, o City hatch tem ainda belas lanternas em LED.
Tendo elas, o hatchback ficou mais atraente que o sedã nesse lado do carro. Ele mantém os faróis full LED e as mesmas portas do modelo três volumes.
Retrovisores com rebatimento elétrico e repetidor de direção, faróis de neblina e antena barbatana no teto, são itens que você encontra na versão Touring.
Por dentro…
No interior, uma réplica do City Sedan, tendo o City hatch também o sistema Lane Watch, para visualizar o ponto cego direito, cluster análogo-digital configurável e multimídia atualizada.
O bom desse dispositivo de infotainment é que se pode conectar sem fio, garantindo assim mais comodidade, porém, se usar o USB para ouvir música, ele é bloqueado no Android Auto.
A câmera de ré com três visualizações e o gerenciamento de mídia são interessantes, mas a qualidade do som é regular. Não dispor de carregamento indutivo é simplesmente lamentável.
Já o ar condicionado automático tem boa eficiência. O volante com paddle shifts e comandos multifuncionais de toque fácil, são agradáveis.
Algo que nos chamou atenção de fato foi o espaço traseiro. Com banco do motorista na posição para um condutor de mais de 1,80 m de altura, ele surpreende quem vai atrás.
Maior que Fit e até mesmo Civic, o espaço para as pernas é até exagerado, pois, mais de uma mão adulta entre o joelho e o encosto dianteiro, te faz pensar em estar num Accord.
Podemos afirmar com certeza que é o hatch mais minivan, em espaço para as pernas, que existe no mercado. Contudo, a mágica (em referência ao Magic City) é a posição do banco.
Com apoio de braço central, dotado de porta-copos, o assento foi recuado para abrir espaço para as pernas. O movimento é totalmente oposto da Renault, que valoriza as malas…
Assim, o bagageiro do Honda City hatch é de apenas 268 litros. No entanto, para compensar o “espação”, a japonesa adotou o Magic City, nome bonito para ULTra Seat ou antigo ULT.
Levante o assento e leve uma pequena geladeira ou desça o encosto ao nível do bagageiro para colocar um fogão. Com essa modularidade, os órfãos do Fit serão amparados.
Por ruas e estradas…
O Honda City hatch não é somente carroceria curta, visual menos tiozão e espaço de Accord achatado… Ele também tem mais atitude durante a condução.
O motor L15B, um 1.5 i-VTEC VTC com duplo comando de válvulas variáveis, rende bons 126 cavalos a 6.200 rpm e 15,7 kgfm na gasolina ou 16,0 kgfm no álcool.
Com calibração diferenciada, dispõe de injeção direta de combustível, um ganho para a eficiência no consumo, mas não exatamente assim…
Por tratar-se de um motor aspirado, precisa de giro alto para render e câmbio CVT com simulação de marchas para contribuir nisso.
Embora tenha boas saídas, o 1.5 injetado logo perde ânimo ao passar de 3.000 rpm e as correias vão deslizando e amenizando ainda mais a aceleração.
Nas retomadas, bota giro alto lá em cima, chegando mesmo a 4.600 rpm com carro cheio.
Se a resposta fosse como o giro, seria bem agradável, mas assim não é. A Honda, assim como outras marcas, usa o CVT para ficar longe de punições do Proconve.
É preciso recorrer aos paddle shifts para aproveitar melhor os regimes de trabalho do motor, obtendo assim até um ronco mais animador nesse período.
Não sabemos o motivo, mas o Honda City em formato hatch bebeu muito na cidade, mesmo usando gasolina. Ele foi até pior que o sedã, fazendo somente 10,2 km/l contra 11,5 km/l.
Com aquela sensação de etanol no tanque, o City hatch rendeu bons 16,5 km/l na estrada, pior que o sedã, mas a aerodinâmica é melhor no sedã. O tanque de 39,5 litros é pequeno.
Rodando a 110 km/h, ele marcou 2.200 rpm em sétima marcha e tem um bom nível de ruído, exceto quando se exige para ultrapassar, subir longos aclives e acelerar simplesmente.
A direção é leve e os freios são precisos, enquanto a suspensão é um pouco mais firme do sedã.
Isso ajuda na dinâmica de condução do hatch, que mesmo tendo 4,34 m de comprimento, se comporta como um hatch compacto premium.
Nas curvas, ele é mais estável e a calibração geral lhe dá mais agilidade em mudanças de direção, por exemplo.
Mesmo com rodas aro 16 polegadas a pneus 185/55 R16, segura bem nas curvas, sendo ainda mais direto ao volante.
O City hatch em versão Touring conta ainda com o bom Honda Sensing, cujo controle de cruzeiro centra bem o carro nas faixas e até faz curvas abertas com boa precisão.
Os assistentes de saída de pista e invasão de faixa também cumprem bem seus papéis no pacote de segurança do Novo City.
Já sem botão no cluster e piloto automático “analógico”, o Novo Honda City modernizou-se e tornou as coisas mais legais.
Em ruas de piso estragado, o Honda City se comporta bem, filtrando boa parte das vibrações, enquanto na estrada é bem suave, deslanchando com pouca resistência.
Por você…
O Honda City hatch é uma alternativa interessante ao Fit, mas com outra pegada. Tirando o espaço para as pernas, ele poderia ser bem menor e ainda agradaria.
São 2,60 m de entre eixos bem aproveitados e com pacote de equipamentos bom, apesar de faltar um acabamento mais atencioso nos detalhes.
O pacote Sensing ainda tem farol alto automático e há sensores de estacionamento dianteiros e traseiros. Faltou o teto solar elétrico e o carregamento indutivo de smartphone.
Já o motor L15B deveu em consumo urbano com gasolina e poderia ter sido trocado pelo 1.0 i-VTEC de 127 cavalos, o que daria sensação animadora bem antes dos 6.200 rpm, quando corta.
Provavelmente o consumo na cidade melhoria, mas isso fica para quando a Honda decidiu mudar a motorização.
Por seu porte e proposta, ganha do Toyota Yaris, mas este vai até R$ 114.090. Já o Onix a Honda não considera como um rival porque explora a gama de entrada.
O Polo Highline custa R$ 115.150 e tem mais motor, garantido desempenho. Contudo, faltam os itens de assistência. Ambos, todavia, são menores e têm menos espaço que o City.
Assim, um hatch com bom porte, onde quem vai atrás dobra ou estica bem as pernas, pode ser vantajoso. Vale a pena? Num segmento ameaçado, o Honda City ainda reserva surpresas boas.
Medidas e números…
Ficha Técnica do Honda City Touring 1.5 CVT 2023
Motor/Transmissão
Número de cilindros – 4 em linha, flex
Cilindrada – 1.497 cm³
Potência – 126 cv a 6.200 rpm (gasolina/etanol)
Torque – 15,7/16,0 kgfm a 4.600 rpm (gasolina/etanol)
Transmissão – CVT com sete marchas virtuais e trocas nos paddle shifts
Desempenho
Aceleração de 0 a 100 km/h – 10,8 segundos
Velocidade máxima – 175 km/h
Rotação a 110 km/h – 2.200 rpm
Consumo urbano – 10,2 km/litro (gasolina)
Consumo rodoviário – 16,5 km/litro (gasolina)
Suspensão/Direção
Dianteira – McPherson/Traseira – Eixo de torção
Freios
Discos dianteiros e tambores traseiros com ABS e EDB
Rodas/Pneus
Liga leve aro 16 com pneus 185/55 R16
Dimensões/Pesos/Capacidades
Comprimento – 4.341 mm
Largura – 1.748 mm (sem retrovisores)
Altura – 1.498 mm
Entre eixos – 2.600 mm
Peso em ordem de marcha – 1.180 kg
Tanque – 39,5 litros
Porta-malas – 268 litros
Preço: R$ 122.600
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