Para a doutora em ciências Camila Romano, o país finalmente observa uma queda no número de casos graves e mortes em pessoas acima dos 60 anos. A esperança é o mesmo efeito no Brasil
Era
junho de 2021 e Israel, país de pouco mais de nove milhões de
habitantes localizado no Oriente Médio, celebrava a notável queda nas
taxas de internações e mortes causadas pela Covid-19. Fruto da campanha
de vacinação, que avançava rapidamente no país e servia de exemplo,
sendo observada pelo mundo inteiro. Se os números mostravam pouco mais
de dez casos por dia da doença, em julho a variante Delta desafiou a
população e elevou os dados para mais de mil casos diários. Os estudos
apontavam uma queda na eficácia da vacina, consequência da do tempo
passado desde a vacinação e das variações do vírus. Foi então que o
governo israelense optou por agir rapidamente, oferecendo uma dose de
reforço para as pessoas residentes no país.
Mais
de dois milhões de cidadãos já tomaram a terceira dose no país e
atualmente qualquer pessoa acima de 12 anos que já tenha cinco meses
após a segunda dose pode receber o reforço vacinal, toda população
elegível para o imunizante. “Temos 33% da população global com ao menos
uma dose da vacina, o que é muito pouco, ainda mais se considerarmos as
diferenças brutais entre países. Na América do Sul, Uruguai e Chile são
os mais avançados. Israel, que começou seu programa de vacinação bem
cedo,está com a terceira dose em curso e finalmente observando uma queda
no número de casos graves e óbitos em pessoas acima dos 60 anos”,
explica Camila Romano, doutora em ciências e pesquisadora do Laboratório
de Investigação Médica do Hospital das Clínicas da USP.
Ainda
segundo Romano, segue sendo correto afirmar que todas as vacinas
protegem de infecção grave, hospitalização e morte, com diferentes
taxas, acima de 90%. “Essa proteção tende a diminuir com o tempo após a
imunização completa e isso pode ser ainda mais crítico frente à variante
Delta. Aparentemente há uma queda da efetividade vacinal em locais onde
a Delta se tornou predominante. É difícil saber exatamente o quanto
disso é culpa da variante ou do tempo decorrente da vacinação”, explica.
Em Israel, embora o número de casos na última semana de agosto esteja
maior do que o auge da terceira onda, em janeiro, nota-se que a “onda
pós-vacina” tem menos casos sérios e mortes, que é predominante em
pessoas ainda não vacinadas.
Vale
destacar que no país do Oriente Médio a vacina que está sendo aplicada é
da Pfizer. “Há um consenso, a partir de estudos clínicos e dados
observacionais de diferentes cortes, sobre a capacidade de todas as
vacinas prevenir a doença grave. Isso é um fato. Entretanto, essa
proteção diminui com o tempo. Não é tanto uma questão de ‘qual vacina’,
mas sim um fator inerente à proteção vacinal oferecida contra o
SARS-COV-2”, finaliza Romano.
A
especialista é uma das atrações do maior congresso médico online do
Brasil, o SanarCon. Camila Romano vai falar exatamente sobre a
necessidade do reforço da vacina contra Covid e seus desdobramentos. As
inscrições para o evento, que acontece no dia 18 de setembro, são
gratuitas e toda a programação é online. Além de Romano, estarão
presentes nomes como Natalia Pasternak, José Alencar, Monja Coen, Álvaro
Costa, Mariana Varella, Saulo Ciasca e Luis Correia. A programação e
inscrições estão disponíveis em https://sanarcon.sanarmed.com/
Contatos para a Imprensa
Victor Lopes
PR Sanar
(71) 9 8141 2211 ou victor.lopes@sanar.com
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