Inspirado na série de livros de Drauzio Varella, documentário traz reflexões sobre o sistema penitenciário brasileiro através dos olhos de carcereiros
Foto: reprodução “Encarcerados”/Gullane
Dirigido por Claudia Calabi, Fernando Grostein Andrade e Pedro Bial, “Encarcerados” traça um panorama do sistema prisional sob a perspectiva dos carcereiros, seus familiares e também de ex-detentos.
Produzido por Spray e Gullane, em coprodução com Globo Filmes e GloboNews, e distribuído pela Gullane, o filme estará disponível para os assinantes do Canal Brasil nas plataformas de video on demand das operadoras a partir deste sábado (25). A partir do dia 14 de outubro, o longa-metragem ficará disponível no iTunes e Google Play.
“Encarcerados” escancara as engrenagens do sistema, que prende mais do que sua capacidade, e traça uma linha do tempo que começa na ditadura militar, passa pelo massacre do Carandiru e remonta os desdobramentos que levaram ao surgimento do Primeiro Comando da Capital (PCC): “O documentário propõe uma discussão ampla, focada no sistema prisional brasileiro que há muitos anos, e até hoje, continua complexo em sua organização. O filme dá luz a esses agentes penitenciários, que no fim das contas, são os que estão entre o preso e o mundo aqui fora. E busca mostrar o quanto é importante a escuta e o investimento nesta profissão, uma vez que o nosso sistema prisional chega a mostrar situações desumanas”, diz Caio Gullane, sócio-diretor da produtora Gullane.
O livro de Drauzio Varella, “Carcereiros”, foi o argumento, o roteiro, a base e o território fértil onde plantaram as sementes deste projeto: “A grande força do documentário é mostrar essas pessoas, mostrar o rosto delas, a voz, porque a sociedade joga essas pessoas nas cadeias para cuidar dos presos e manter esse sistema prisional absurdo que nós temos no Brasil e faz questão de não olhar para eles. Fazemos de conta que eles não existem. Na realidade, esse trabalho é fundamental para a segurança da própria sociedade. Tem uma passagem que eu nunca esqueci de um carcereiro que conta que, voltando pra casa depois de um dia horrível, com violência, foi recepcionado pela mulher com a seguinte fala “hoje eu fiz macarrão”. Essa convivência entre um mundo violento, um mundo onde a morte espreita em cada galeria, e a vida doméstica, a vida cotidiana que nós todos temos, é muito real. E acho que essa realidade só poderia ser mostrada pelo documentário. É a força da realidade.”, conta Drauzio Varella.
Serviço:
25/09 - Video on demand do Canal Brasil, nas operadoras NET, Vivo, Oi e Sky
14/10 - iTunes, Google Play
25/01/22 – Globo News
Sinopse: Filmado em oito penitenciárias de São Paulo, “Encarcerados” revela a vida dos carcereiros. Elos entre o Estado e o crime, entre o exterior e o interior dos presídios, permitem uma reflexão sobre o sistema penitenciário brasileiro, através dos olhos de (anti)heróis anônimos que guardam os portões do inferno que a sociedade escolhe ignorar.
Ficha Técnica:
Direção: Claudia Calabi, Fernando Grostein Andrade e Pedro Bial.
Distribuição: Gullane
Produção: Spray, Gullane
Coprodução: Globo Filmes e GloboNews.
Roteiro: Joaquim Salles
Narração: Milhem Cortaz
Direção de Fotografia: Bruno Vieira, Nelson Kao.
Trilha Musical: Lucas Lima
Som direto: José Melito
Edição de Som e Mixagem: Pedro Lima
Montagem: Andrea Levy, Bruno Lasevicius
Colaboração na montagem: Marcio Hashimoto e Raoni Rodrigues.
Correção de cor: Ely Silva, ABC
Supervisão de pós-produção: Lili Carvalho e Patricia Nelly
Direção de produção: Celso “Not Dead” Camargo
Coordenação executiva: Regina Soares, Sonia Hamburger.
Produção executiva: Ana Saito, Claudia Buschel, Daniela Antonelli Aun, Andréa Giusti, Beatriz Carvalho e Gal Buitoni.
Produzido por Caio Gullane, Fabiano Gullane, Cadu Ciampolini, Noberto Pinheiro Jr.
Sobre a Spray
Produziu projetos consagrados como a primeira e segunda temporada do programa “Carcereiros” (TV Globo - Prêmio MIPTV na categoria Melhor Drama - Cannes). Dentro desta franquia, a Spray também produziu o documentário “Encarcerados” e o longa-metragem “Carcereiros, o Filme”.
Também produziu o documentário “Quebrando o Tabu” com a participação de Jimmy Carter, Bill Clinton e Fernando Henrique Cardoso. O filme foi distribuído em 22 países, e sua adaptação internacional foi narrada por Morgan Freeman, virou uma série de TV e se transformou em um canal de mídia online com 10 milhões de seguidores, tornando-se o maior canal de direitos humanos na Internet no Brasil.
O longa-metragem “Abe” foi lançado no Festival de Sundance 2019 e reverberou em outros festivais como Estocolmo, Panamá, Guadalajara, Australia Film Festival, entre outros, e foi vendido para mais de 16 países fora da América Latina.
Entre os projetos da empresa destacam-se o ficcional "Na Quebrada" e documentários relevantes como “Coração Vagabundo” e “Sabores e Fronteiras”, as séries “Vai Pra Cima, Fred” (Youtube Originals), "Eleitas - Mulheres na Política", e “Sociedade do Cansaço”.
Sobre a Gullane
A Gullane é uma das maiores produtoras e incentivadoras do mercado audiovisual brasileiro, além de uma das principais exportadoras de obras independentes. Fundada em 1996 pelos irmãos Caio Gullane e Fabiano Gullane, já soma em seu catálogo mais de 50 filmes lançados com destaque no cinema nacional e no exterior e 30 séries para televisão e plataformas digitais.
Entre os filmes e séries de destaque estão "Carandiru", “Bicho de Sete Cabeças”, “O Ano em que Meus Pais Saíram de Férias”; a franquia “Até que a Sorte nos Separe”; “Que Horas ela Volta?”, "Como Nossos Pais”, “Bingo - o Rei das Manhãs”; as séries “Alice” e "Hard" (HBO), "Unidade Básica - 1a e 2a temporada" (Universal Canal), “Carcereiros” (Globoplay), “Irmãos Freitas” (Space e Amazon Prime), “Ninguém Tá Olhando” e "Boca a Boca” (Netflix). Já coleciona mais de 500 prêmios e seleções em importantes festivais de cinema e televisão do Brasil e do mundo como Mostra de Cinema, Festival do Rio, Cannes, Veneza, Berlim, Sundance, Toronto, MIPTV e Emmy.
Sobre a Globo Filmes / GloboNews
A associação entre a GloboNews e a Globo Filmes tem entre seus principais objetivos formar plateias para o documentário e, em consequência, ampliar o consumo desses filmes nas salas de cinema. A parceria tem contribuído para um importante estímulo ao documentário no Brasil, onde o gênero ainda tem pouca visibilidade quando comparado aos demais países. A iniciativa visa o fortalecimento e a promoção dentro do mercado audiovisual brasileiro, através da coprodução e da exibição desses longas.
O projeto completa sete anos em 2021 e a parceria estimula a criação de longas-metragens que, após a exibição nas salas de cinema, vão ao ar na emissora. Ao longo desse período, os filmes foram vistos por mais de seis milhões de pessoas no canal por assinatura e o alcance médio das produções foi de 450 mil telespectadores por exibição. Foram lançados filmes como Babenco - Alguém tem que Ouvir o Coração e Dizer: Parou, escolhido para representar o Brasil na busca por uma indicação ao Oscar 2021 na categoria Melhor Filme Internacional e premiado como melhor documentário sobre cinema da Venice Classics, mostra paralela do 76º Festival de Veneza em 2019, Cidades Fantasmas, Libelu - abaixo a ditadura, Cine Marrocos, vencedores respectivamente do Festival É Tudo Verdade 2017, 2020 e 2019, Slam: Voz de Levante e Pitanga, premiados respectivamente nos Festivais do Rio e de Tiradentes em 2017, e Gabeira - até o momento, o filme mais visto na faixa da GloboNews.
Outros destaques foram o longa coletivo 5 x Chico – O Velho e Sua Gente, sobre comunidades banhadas pelo Rio São Francisco, selecionado para quatro festivais internacionais na França; Tim Lopes - Histórias de Arcanjo, sobre a trajetória do jornalista morto em 2002; Betinho - A Esperança Equilibrista, que narra a vida do sociólogo Herbert de Souza, Menino 23, que acompanha a investigação do historiador Sidney Aguilar a partir da descoberta de tijolos marcados com suásticas nazistas em uma fazenda no interior de São Paulo, ambos vencedores do Grande Prêmio do Cinema Brasileiro em 2016 e 2017, respectivamente; Setenta, de Emília Silveira, sobre a militância política nos anos 1970, que recebeu dois prêmios no 8º Festival Aruanda (Paraíba), incluindo o de Melhor Filme pelo júri popular; e o premiado Meu nome é Jacque, de Angela Zoé, que enfoca a diversidade sexual a partir da experiência da transexual Jacqueline Rocha Cortês, eleito o Melhor Longa Nacional pelo júri do Rio Festival de Gênero & Sexualidade no Cinema 2016. Em 2021, são mais de 30 filmes em produção, envolvendo mais de 30 produtoras de diferentes regiões do país, ajudando a fomentar o mercado.
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