Morreu
na madrugada desta quarta-feira, aos 100 anos, o jornalista Hélio
Fernandes. Ele foi proprietário da "Tribuna da Imprensa" e também
dirigiu veículos como a revista "O Cruzeiro" e o jornal "A Noite".
Conhecido pelo estilo combativo, Hélio foi um dos jornalistas mais
perseguidos pela ditadura militar. No livro "A ditadura escancarada",
Elio Gaspari afirma que a "Tribuna" foi o diário mais massacrado pelo
AI-5. "Sofreu mais de vinte apreensões e teve censores dentro do seu
prédio por dez anos e dois dias. Antes mesmo que Médici chegasse ao
Planalto, o jornalista Hélio Fernandes, seu proprietário e alma
panfletária, passara por quatro cadeias e dois desterros", escreve.
Hélio comprou a "Tribuna" em 1962 e a dirigiu até que o jornal deixou de
circular, em 2008. Nos últimos anos, continuou a escrever em um blog e
um perfil nas redes sociais, onde mantinha contato direto com os
leitores. Segundo informações da família, o jornalista morreu em casa,
de causas naturais, por volta das 3h. Seu corpo deverá ser cremado na
quinta-feira. O velório será restrito devido à pandemia da Covid-19.
Hélio era pai dos também jornalistas Rodolfo Fernandes, ex-diretor de
Redação do Globo, e Hélio Fernandes Filho, ambos mortos em 2011. Ele
deixa outros três filhos, Isabella, Ana Carolina e Bruno, e dois netos,
Felipe e Leticia. Em breve, mais informações sobre a trajetória de Hélio
Fernandes. (G1)
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