Enquanto o estado de São Paulo se mantém na chamada "fase emergencial" até pelo menos o dia 11 de abril, empresários ligados ao setor informam que a continuidade da medida resultará em demissão massiva de funcionários. Em um alerta enviado ao governo paulista, a ALSHOP (Associação Brasileira de Lojistas de Shopping) com pouco mais de 40 mil associados, diz que 84% dos empresários já demitiram parte dos funcionários. No entanto, os empresários associados vão aumentar o contingente de dispensados se as medidas se prolongarem novamente.
Em outros estados da federação como Goiás, Santa Catarina, Distrito Federal, Pará, Amazonas, Paraná e até o Rio Grande do Sul já há flexibilização do funcionamento do comércio, incluindo shoppings e o comércio de rua, bares e restaurantes. Todos se comprometeram com a aplicação dos protocolos já conhecidos como uso obrigatório de máscaras, mesas distanciadas, controle de temperatura dos frequentadores e limitação no número de clientes, além do horário reduzido de funcionamento, medidas que variam conforme o estado.
"A ALSHOP e mais de 40 entidades ligadas ao varejo estão insatisfeitas com a condução do governo em relação às ações de combate à pandemia. Antes da segunda onda de fechamento tivemos contato mais frequente com o governo, o que agora não ocorreu mais. Enquanto os shoppings centers, que gastaram muito dinheiro para adequar os estabelecimentos visando a reabertura, as autoridades deixam o comércio informal trabalhando sem controle nas periferias em um lockdown fajuto que penaliza a economia, pois já está paralisando até mesmo a indústria. Lembro que 70% das lojas de shopping são pequenos estabelecimentos com 5 a 6 funcionários, e nossos associados já nos alertaram: as demissões vão aumentar na próxima semana", alerta Nabil Sahyoun, presidente da ALSHOP.
Nabil Sahyoun lembra que não houve nenhuma contrapartida do governo do estado até o momento. "O governo não chama de lockdown e usa outros nomes, mas não faz sentido permitir que alguns segmentos funcionem e até templos religiosos sem permitir que o comércio, tomando os devidos cuidados, possa gerar renda. O pequeno empresário não tem mais para onde pedir socorro", emenda.
ICMS mais alto e IPTU mantido
A ALSHOP também destaca que o recente aumento do ICMS (estadual) impactou todos os produtos do varejo. 37% dos lojistas já foram obrigados a reajustar os preços ao consumidor, 53% absorveram essa elevação no imposto para evitar mais repasses e 10% disseram que os aumentos não impactaram nos preços.
"Já estamos há um mês com o comércio fechado e, por outro lado, o estado estrangula a atividade comercial com aumentos de impostos e imposição de fechamento a quem se adequou para manter-se aberto. Não houve nenhuma contrapartida por parte do governo que fechou as contas com superávit de R$ 7,7 bilhões recebendo repasses federais específicos para combater a pandemia, e até agora não temos dados positivos da saúde mostrando que as restrições não surtiram efeito até agora. Enquanto isso, os pequenos comerciantes agonizam sem poder trabalhar", finaliza Sahyoun.
Thalita Sollazzo
Assessora de imprensa
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