A
vacina contra a Covid-19 da Pfizer/BioNTech é extremamente eficaz em
adolescentes de 12 a 15 anos, talvez até mais do que em adultos,
informaram as empresas nesta quarta-feira. Nenhuma infecção foi
encontrada entre os jovens que receberam o imunizante em um recente
ensaio clínico, disseram os fabricantes. Eles produziram fortes
respostas de anticorpos e não experimentaram efeitos colaterais graves. A
Pfizer e sua parceira BioNTech também planejam iniciar já este mês o
teste para sua vacina contra covid-19 que não precisa ser mantida em
baixa temperatura. As informações são da agência de notícias Dow Jones.
Sobre a eficacia da vacina nos adolescentes, dependendo da aprovação
regulamentar, a imunização nessa faixa etária pode começar antes do
início do próximo ano acadêmico nos Estados Unidos para alunos do ensino
fundamental e médio, e para crianças do ensino fundamental não muito
depois. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa)
concedeu o registro definitivo para a vacina da Pfizer/BioNTech em
fevereiro. O governo federal fechou contrato para compra do imunizante,
mas ele ainda não está disponível para uso na campanha de vacinação. As
empresas anunciaram os resultados em um comunicado à imprensa que não
incluiu dados detalhados do ensaio, que ainda não foi revisado por pares
nem publicado em um periódico científico. Ainda assim, a notícia atraiu
elogios e entusiasmo de especialistas. — Estou tão feliz em ver isso, é
incrível. Se o desempenho das vacinas em adultos foi ótimo, os
resultados em crianças foram ainda melhores — disse Akiko Iwasaki,
imunologista da Universidade de Yale. O estudo incluiu 2.260
adolescentes com idades entre 12 e 15 anos nos Estados Unidos. As
crianças receberam duas doses da vacina com três semanas de intervalo —
as mesmas quantidades e esquema usado para adultos — ou um placebo. Os
pesquisadores registraram 18 casos de infecção por coronavírus no grupo
do placebo, e nenhum entre as crianças que receberam a vacina. O baixo
número de infecções torna difícil ser muito específico sobre a eficácia
da vacina na população em geral, disse Angela Rasmussen, virologista
afiliada à Universidade de Georgetown, em Washington. — Mas, obviamente,
parece positivo para a vacina se não houve nenhum caso de Covid entre
as pessoas vacinadas — acrescentou. Os adolescentes que receberam o
imunizante produziram níveis muito mais altos de anticorpos, em média,
em comparação com participantes de 16 a 25 anos de idade em um ensaio
anterior. Os mais jovens experimentaram os mesmos efeitos colaterais
menores que os participantes mais velhos, embora as empresas não tenham
sido mais específicas sobre o tema. Iwasaki disse que esperava que os
níveis de anticorpos em adolescentes fossem comparáveis aos de adultos
jovens, mas destaca que estão sendo observados níveis ainda melhores.
Mas ela e outros especialistas alertaram que a vacina pode ser menos
eficaz, em qualquer faixa etária, contra algumas das variantes do
coronavírus. Rasmussen afirmou que dados da vacinação em Israel sugerem
que a imunização de adultos por si só pode diminuir significativamente o
número de casos da Covid-19, mas “a longo prazo, para atingir o limite
de imunidade do rebanho, teremos que vacinar crianças”. — Quanto mais
cedo pudermos aplicar vacinas no maior número possível de pessoas,
independentemente de sua idade, mais cedo poderemos realmente sentir que
estamos encerrando esta pandemia para sempre — disse a virologista. A
Pfizer e a BioNTech iniciaram um ensaio clínico da vacina em menores de
12 anos e começaram a vacinar crianças de 5 a 11 anos na semana passada.
Os cientistas da empresa planejam começar a testar a vacina na próxima
semana em crianças ainda mais novas, de 2 a 5 anos, seguido por testes
entre aquelas de 6 meses a 2 anos. Os resultados desse teste de três
fases são esperados para o segundo semestre do ano, e as empresas
esperam disponibilizar o imunizante para menores de 12 anos no início do
próximo ano. "Compartilhamos a urgência de expandir o uso de nossa
vacina para outras populações e somos encorajados pelos dados de ensaios
clínicos de adolescentes com idades entre 12 e 15", disse Albert
Bourla, presidente e diretor executivo da Pfizer, em um comunicado.
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