MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

domingo, 8 de novembro de 2020

Um país que supostamente deveria guiar o mundo livre agora encontra-se isolado e solitário

 


Trump admin pursues rethinking of national security policy - Washington  Times

Trump não é um homem público e jamais deveria ter sido eleito

Mario Vargas Llosa
Estadão

Não basta que em um país se realizem eleições livres e autênticas: é preciso ainda que os seus cidadãos votem bem. Porque eles, às vezes, se equivocam. Há quatro anos, os eleitores americanos se equivocaram grosseiramente votando em Donald Trump.

Quem diz isso não é um “furioso socialista”, como o presidente dos Estados Unidos define geralmente todos os seus adversários, mas alguém que se sente mais próximo dos republicanos do que dos democratas, principalmente em política econômica, e considera Ronald Reagan um dos melhores mandatários da história americana.

SONEGADOR DE IMPOSTOS – Empresário milionário, porém sem o menor preparo político e tampouco cultural, o jornal The New York Times apurou que  Trump havia pago impostos em apenas sete dos últimos 18 anos, gastava cerca de US$ 70 mil com cabeleireiros e que a filha mimada Ivanka Trump, funcionária da Organização Trump, recebia estupendos “honorários de consultoria”. O senador McCain, republicano e herói nacional, que sempre foi contra Trump, morreria de novo se ficasse sabendo de tudo isso.

Desde a sua chegada à Casa Branca, ele começou a demitir colaboradores, a tal ponto que jamais houve na história americana um mandatário que mudasse tantas vezes a sua equipe.

Mas muito mais grave foi a maneira ofensiva com que tratou os tradicionais aliados do seu próprio país, que fizeram a 2.ª Guerra ao lado dele, pressionando-os a “aumentar os gastos da defesa” com o argumento de que a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) não podia viver somente das contribuições americanas.

AMIGO DE PUTIN – Ao mesmo tempo, ele declarou que o presidente da Rússia, Vladimir Putin, era o chefe de Estado que mais admirava. Tudo isto mudou completamente as relações dos EUA com a Europa Ocidental de um modo sem precedentes. Hoje, Washington já não dirige a política internacional do Ocidente. Ninguém a dirige e por isso anda como está.

Entretanto, pior foi a dureza dos ataques que dirigiu à imigração para os EUA, país cuja grandeza foi forjada principalmente por gente vinda do mundo inteiro. Muitas pessoas procedentes da América Latina, e em especial do México. Na memória de quase todo o planeta estão as palavras do presidente Trump sobre os mexicanos: “Mandem para cá os melhores do seu país, não mandem ladrões, traficantes, bandidos e estupradores”.

CAMPANHA RACISTA – E há ainda sua obsessão pela construção de um muro eletrificado na fronteira entre os dois países, que deveria ser pago pelos próprios mexicanos, algo irreal em que continua insistindo, apesar dos argumentos – não só dos democratas, mas inclusive de alguns republicanos – de que o custo seria estratosférico e que sequer é realista concebê-lo.

Os ataques aos imigrantes mexicanos e aos que vieram do resto do mundo são apenas um aspecto da sua campanha racista, que acirrou enormemente as tensões entre brancos, negros e pessoas miscigenadas de todas as partes dos EUA.

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