Pedro do Coutto
O prefeito Marcelo Crivella proibiu os repórteres de O Globo de participarem da entrevista coletiva que havia marcado para anunciar as providências voltadas para o Réveillon no dia 31 em Copacabana. A proibição atingiu um repórter e um fotógrafo. Tentaram participar da entrevista mas não conseguiram. Sofreram violência que atingiu tantos os leitores quanto a própria Prefeitura.
Marcelo Crivella afirma-se contrariado com a cobertura do jornal sobre problemas da Prefeitura. Mas impedir jornalistas de trabalharem não muda as falhas cometidas pela Prefeitura, tampouco a disposição de administrar a cidade, predicado que vem faltando ao próprio prefeito.
AUTOPROIBIÇÃO – Mas eu disse que o prefeito proibiu a si mesmo, na medida em que, para compensar na sua opinião as matérias de crítica, terminou interditando a si próprio, pois perdeu uma ocasião bastante ampla para esclarecer fatos apontados pela reportagem. Isso de um lado.
De outro lado, agiu tanto de forma ilegal quanto de forma inconstitucional. O Supremo, em decisão unânime sobre o tema censura, definiu que a censura prévia é impossível de ser aceita, o que leva o raciocínio para o campo da exclusão de profissionais da imprensa na entrevista no Hotel Fermont. O prefeito perdeu a noção de seus limites, na medida em que marcara uma entrevista coletiva da qual foram excluídos profissionais da imprensa.
EXCLUSÃO ILEGAL – A entrevista, assim, deixou de ser coletiva, passando a se basear na exclusão inconstitucional e ilegal. Entretanto, o problema principal não está nas reportagens que contrariaram o prefeito. O problema principal encontra-se na própria atuação da Prefeitura. Um exemplo. Também na edição de ontem, O Globo revelou o atraso nas obras de recuperação da Avenida Niemeyer. O que dizer sobre isso? O prefeito deveria encaminhar sua explicação, uma vez que o atraso nas obras atinge a uma ponderável parcela da população do Rio de Janeiro.
Para a população do Rio de Janeiro estava destinada a quase totalidade da entrevista coletiva. Quase totalidade, digo eu, já que O Globo foi afastado de participar de algo essencialmente democrático e legítimo, que é o direito de informar à população sobre o rumo de atos administrativos e obras de interesse público. O prefeito Marcelo Crivella, agindo como agiu, afastou a possibilidade de responder e esclarecer os pontos críticos apontados em sua gestão.
A entrevista de terça-feira dirigia-se ao Réveillon. O noticiário do dia a dia destaca fundamentalmente os desafios que a cidade que já foi maravilhosa coloca à frente do prefeito. Não só do atual mas de todos aqueles que virão depois dele. Foi um erro sua atitude, um gol contra deplorável. Gol contra a lei e a Constituição do país.
O prefeito Marcelo Crivella proibiu os repórteres de O Globo de participarem da entrevista coletiva que havia marcado para anunciar as providências voltadas para o Réveillon no dia 31 em Copacabana. A proibição atingiu um repórter e um fotógrafo. Tentaram participar da entrevista mas não conseguiram. Sofreram violência que atingiu tantos os leitores quanto a própria Prefeitura.
Marcelo Crivella afirma-se contrariado com a cobertura do jornal sobre problemas da Prefeitura. Mas impedir jornalistas de trabalharem não muda as falhas cometidas pela Prefeitura, tampouco a disposição de administrar a cidade, predicado que vem faltando ao próprio prefeito.
AUTOPROIBIÇÃO – Mas eu disse que o prefeito proibiu a si mesmo, na medida em que, para compensar na sua opinião as matérias de crítica, terminou interditando a si próprio, pois perdeu uma ocasião bastante ampla para esclarecer fatos apontados pela reportagem. Isso de um lado.
De outro lado, agiu tanto de forma ilegal quanto de forma inconstitucional. O Supremo, em decisão unânime sobre o tema censura, definiu que a censura prévia é impossível de ser aceita, o que leva o raciocínio para o campo da exclusão de profissionais da imprensa na entrevista no Hotel Fermont. O prefeito perdeu a noção de seus limites, na medida em que marcara uma entrevista coletiva da qual foram excluídos profissionais da imprensa.
EXCLUSÃO ILEGAL – A entrevista, assim, deixou de ser coletiva, passando a se basear na exclusão inconstitucional e ilegal. Entretanto, o problema principal não está nas reportagens que contrariaram o prefeito. O problema principal encontra-se na própria atuação da Prefeitura. Um exemplo. Também na edição de ontem, O Globo revelou o atraso nas obras de recuperação da Avenida Niemeyer. O que dizer sobre isso? O prefeito deveria encaminhar sua explicação, uma vez que o atraso nas obras atinge a uma ponderável parcela da população do Rio de Janeiro.
Para a população do Rio de Janeiro estava destinada a quase totalidade da entrevista coletiva. Quase totalidade, digo eu, já que O Globo foi afastado de participar de algo essencialmente democrático e legítimo, que é o direito de informar à população sobre o rumo de atos administrativos e obras de interesse público. O prefeito Marcelo Crivella, agindo como agiu, afastou a possibilidade de responder e esclarecer os pontos críticos apontados em sua gestão.
A entrevista de terça-feira dirigia-se ao Réveillon. O noticiário do dia a dia destaca fundamentalmente os desafios que a cidade que já foi maravilhosa coloca à frente do prefeito. Não só do atual mas de todos aqueles que virão depois dele. Foi um erro sua atitude, um gol contra deplorável. Gol contra a lei e a Constituição do país.
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