Coluna de Alexandre Garcia desta terça-feira, publicada pela Gazeta do Povo:
Há uma expectativa muito grande em relação a esta semana porque deve
sair uma Medida Provisória estimulando a navegação de cabotagem. Eu
venho falando muito dessa navegação, antes da MP da Cabotagem.
Nós temos todo este marzão que vai de Manaus até Rio Grande, no Rio
Grande do Sul. A gente aproveitava muito. As pessoas iam para o Rio de
Janeiro, para Rio Grande do Sul, para Manaus ou para Natal de barco.
Isso se desfez.
As pessoas dizem que tem que ter carga de ida e de volta, que o navio
não pode voltar sozinho, mas isso faz parte do planejamento logístico.
As nossas vias internas, fluviais e lacustres podem ser bem mais
aproveitadas.
Da MP da Cabotagem aos caminhoneiros
Além disso, o ministro da Infraestrutura Tarcísio de Freitas, com
todo o seu dinamismo, conversou com os caminhoneiros e eles estão
acertando as pontas. Parece que o lucro dos caminhoneiros autônomos
estava sendo desprezado nos cálculos da tabela de frete.
Contudo, não podem ser desprezados os custos, os transportadores, os que pagam frete e os interesses do país acima de tudo.
O que vem por aí, além da MP da Cabotagem
Nesta quarta-feira (31) na reunião do Comitê de Política Monetária
todo mundo espera que haja uma rebaixa do juro básico (taxa Selic) de
6,5% para 6,25%. Porque a inflação está lá embaixo e abaixo da meta para
os últimos doze meses.
Já no dia 1º de agosto reabre o Congresso (Câmara e Senado) e o poder
Judiciário. Vai começar de novo: decisões da Justiça nos plenários e
não mais de ministros ou desembargadores de plantão.
Provavelmente já na semana que vem se toque o segundo turno na Câmara
da Emenda Constitucional da reforma da Previdência. Depois vai para o
Senado, e eles calculam que em 40 dias resolvem isso.
Depois disso pode vir a bendita reforma Tributária, que não vai
baixar os impostos de cara porque não adianta baixar imposto se não
baixar os gastos públicos que cada vez mais provocam o endividamento.
A dívida pública, sempre crescente, está perto dos R$ 4 trilhões.
Então, tem que apertar o cinto do setor público, que reconhece que está
sem dinheiro. Já na metade do ano todos os ministérios estão com
problemas graves.
Eu vi que o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, passou
um tempão com o presidente Bolsonaro tratando do orçamento do
ministério. Isso para defender as verbas para ciência e tecnologia que
são imprescindíveis para o futuro do país.
Provável fake news
Essa história de invasão de garimpeiros na aldeia Mariri, no Amapá,
que causou a morte do cacique de 62 anos é uma provável fake news. O que
a Polícia Federal e o Exército já apuraram é que, sim, há um morto. Mas
ele já está enterrado e não há nenhum sinal de violência na aldeia e
nem de invasão de garimpeiro.
Não há restos, no chão, de estojo de arma ou de alguém ferido. O que
há são relatos de antropólogos, do filho do cacique e o corpo do
cacique, que foi enterrado imediatamente e não ficou lá para esperar as
autoridades e fazer a queixa e a denúncia. Tudo muito estranho.
A senhora Michelle Bachelet, ex-presidente socialista do Chile, agora
coordenadora de direitos humanos da ONU, se apressou em denunciar o
Brasil pela morte desse índio. O Ministério Público está investigando e
vamos ver o que vai dar: se vai ser uma fake news ou se houve realmente
um crime.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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