O secretário do Tesouro, Mansueto Almeida, defendeu em evento
da Fitch Ratings que é fundamental Estados e municípios participarem da
reforma da Previdência. Segundo ele, a entrada ainda não ocorreu por
“questões políticas” e o governo está tentando buscar uma solução.
“Houve várias reuniões em Brasília nos últimos dois a três dias”, disse o
secretário, destacando que há um esforço para os governadores
convencerem os deputados de seus Estados, sobretudo os de esquerda,
sobre a necessidade das medidas. “É uma questão política que está sendo
trabalhada. Governadores reconhecem a necessidade da reforma”, disse
Mansueto. “Se não entrarem na reforma, terão que fazer esforço enorme
para reequilibrar as contas.” Mansueto disse que aprovada a reforma, a
confiança dos agentes melhora e o investimento tende a voltar a crescer.
Só a perspectiva de aprovação mais rápida do texto levou as taxas dos
juros no mercado futuro a apresentarem forte redução desde maio. “Toda
semana que faço leilão de título público me assusto positivamente com a
queda dos juros.” Além da Previdência, para o Brasil voltar a crescer de
forma mais consistente, Mansueto defendeu outras medidas, como a
reforma tributária. Se fizer o dever de casa, o Produto Interno Bruto
(PIB) potencial do País, hoje na casa dos 2%, pode ir para “2,5% ou 3%”.
Mansueto afirmou que o governo caminha, apesar de não ter base sólida
no Congresso, para aprovar uma reforma da Previdência com impacto fiscal
relevante, de R$ 850 bilhões a R$ 1 trilhão em dez anos. “Chegamos a um
estágio em que a reforma da Previdência se descolou do governo”, disse
ele, destacando que os parlamentares ficaram mais conscientes da
necessidade da reforma e estão apoiando as medidas. “Ainda tem muita
conversa, mas o Congresso está apoiando a reforma”, disse ele. Caso a
reforma seja aprovada no Congresso até setembro será “grande sucesso”,
completou o secretário, que é entrevistado no evento pelo diretor
executivo da Fitch Ratings Rafael Guedes.
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