Foto: Dida Sampaio/Estadão
O ex-deputado Eduardo Cunha
Entre 2013 e 2018, o Coaf registrou movimentações suspeitas de
Eduardo Cunha, preso desde 2016, no valor total de R$ 84,8 milhões
(somando créditos e débitos). O dado consta num relatório do órgão
enviado em junho do ano passado ao Ministério Público dentro da Operação
Cadeia Velha – que investigou deputados estaduais do Rio de Janeiro por
apoio a Sergio Cabral em troca de cargos. Do total movimentado por
Cunha, diz o documento obtido pelo site O Antagonista, apenas R$ 2,2
milhões passaram pelas contas dele; o restante, em contas de terceiros.
Entre novembro de 2010 e outubro de 2015, período no qual foi líder do
MDB e presidente da Câmara, Cunha movimentou R$ 1,8 milhão numa de suas
contas no Bradesco. Créditos nela somaram R$ 913,3 mil – sendo R$ 519,1
mil depositados em espécie; R$ 34,4 mil em caixas eletrônicos; e mais R$
225 mil num cheque. O Coaf enquadrou as movimentações como suspeitas
porque apresentam “atipicidade em relação à atividade econômica do
cliente ou incompatibilidade com a sua capacidade econômico-financeira”.
Num período posterior analisado – outubro de 2015 a julho de 2017 – a
movimentação na mesma conta do Bradesco foi de R$ 376,8 mil, sendo R$
193,4 mil em créditos, quase tudo por meio de depósitos em espécie.
Neste caso, o Coaf também apontou possível artifício para burlar a
identificação da origem do dinheiro, pela “habitualidade, valor e forma”
das operações.
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