A imoralidade está minando a lei federal e normalizando isenções que
permitem que criminosos destruam gente inocente e indefesa. Artigo e
Victor Hanson, publicado pela Gazeta do Povo:
A nova líder por maioria do Congresso dos EUA, Nancy Pelosi,
supostamente passou as férias no Fairmont Orchid, um resort de luxo no
Havaí, pensando sobre a futura legislação para as mudanças climáticas e
mantendo sua oposição ao projeto de muro na fronteira com o México.
Mas no mundo real, um lugar muito diferente do Fairmont Orchid ou dos
resorts de luxo que Pelosi frequenta, outras pessoas lidam diariamente
com os resultados de fronteiras abertas e jurisdições de cidades
santuário (Nota do Tradutor: Cidades Santuário se recusam a colaborar
com as agências nacionais de imigração e protegem os imigrantes
ilegais). Os resultados são muitas vezes niilistas e horríveis. Aqui no
Vale Central da Califórnia, durante as férias, nos lembramos dos custos
da imigração ilegal em geral, e mais especificamente das leis para as
cidade santuário da Califórnia, que restringem a cooperação formal entre
as autoridades locais e estaduais com as autoridades federais de
imigração em matéria de deportação de estrangeiros ilegais que estejam
sob detenção.
No primeiro caso, Gustavo Garcia, um estrangeiro ilegal de 36 anos de
idade que já fora deportado antes, assassinou um residente de Visalia
de 51 anos em 17 de dezembro, atirando de forma gratuita sua vítima
aleatória, Rocky Jones, em um posto de gasolina. Aparentemente Garcia
havia sido preso dois dias antes e liberado.
Garcia entrou ilegalmente nos EUA em 1998 e foi deportado pela
segunda vez em 2014. Ele foi acusado de pelo menos três violações de
imigração desde que retornou ilegalmente aos EUA, e já recebeu
condenações criminais desde 2002 por ataques com armas mortais, por
contribuir com a delinquência de um menor e por posse de substâncias
controladas. Além do assassinato de Jones, Garcia também atirou em um
trabalhador rural que estava em uma escada de trabalho, seguiu uma
mulher até o carro dela em um hotel de beira de estrada e atirou nela
também. Ele também é suspeito do assassinato de Rolando Soto, 38 anos,
da cidade vizinha de Lindsay.
De fato, Garcia era suspeito de vários tiroteios e roubos anteriores.
Durante sua fúria final, entre outras coisas, Garcia chegou inclusive a
tentar atirar em sua ex-namorada. O fim foi trágico: depois de roubar
um caminhão de trabalhadores rurais e ser perseguido pela polícia,
desviando o veículo para o sentido oposto de tráfego e ferindo mais
quatro inocentes, um deles criticamente, e ter disparado seguidas vezes
contra a polícia, Garcia se envolveu em um acidente e morreu no local.
O xerife local do condado de Tulare classificou os violentos
tiroteios e acidentes de carro de Garcia como um “reino de terror”.
Garcia tinha um cúmplice que ainda está foragido.
O aparato judiciário-legal local culpou as restrições legais impostas
pela legislação da cidade santuário pela sua incapacidade de notificar
os órgãos competentes de que o criminoso e imigrante ilegal Garcia
estava prestes a ser liberado entre o público em geral. Ou, como o
xerife disse, “Gustavo Garcia teria sido entregue aos funcionários dos
órgãos que lidam com imigração. É assim que sempre fizemos isso, dia
após dia. Mas depois da lei SB54, que institui o estado santuário, não
temos mais o poder de fazer isso. Sob a nova lei estadual, devemos ter
um 'mandado assinado pelo governo federal' para fazer isso. Nós não
reconhecemos o detentor porque a lei estadual não nos permite".
Menos de duas semanas depois, havia outro exemplo de desordem
envolvendo imigração ilegal no Vale Central. Ao Norte, em Newman, outro
imigrante ilegal já deportado duas vezes, Gustavo Perez Arriaga (ele
aparentemente usava vários pseudônimos), foi acusado de atirar e matar o
policial de Newman Ronil Singh, que o parou sob a suspeita de dirigir
embriagado (Arriaga já tem duas ocorrências similares).
Arriaga fugiu depois de assassinar o policial Singh e, graças a pelo
menos sete facilitadores (irmãos, namorada, amigos, etc.), alguns deles
também imigrantes ilegais, conseguiu escapar da lei por alguns dias.
Esses facilitadores deram informações falsas às autoridades policiais
sobre o paradeiro de Arriaga ou o ajudaram em seu plano de fuga para o
México. No fim, ele foi pego 320 quilômetrosao Sul, perto de
Bakersfield.
O irmão do suspeito, Adrian Virgen, de 25 anos, e um colega de
trabalho, Erik Razo Quiroz, de 32 anos, foram presos como cúmplices. As
autoridades informam que ambos também estão no país ilegalmente. Arriaga
estava à solta havia cinco dias, em parte porque ele tinha tantas
identidades falsas e pseudônimos que ninguém sabia realmente quem ele
era.
O xerife do condado de Stanislaus, Adam Christianson, observou que o
SB54 impediu que os departamentos “compartilhassem qualquer informação
com o ICE (órgão responsável pelos imigrantes) sobre esse criminoso
membro de gangues”. Christianson acrescentou ainda: “este é um criminoso
e imigrante ilegal com atividades criminais anteriores que deveriam ter
sido relatadas ao ICE”. O xerife afirma por fim que “a aplicação da lei
foi proibida por causa das leis para as cidades-santuário e isso levou
ao desfecho fatal com o policial Singh. Estou sugerindo que o resultado
poderia ter sido diferente se a aplicação da lei não fosse restrita,
proibida ou não estivesse com as mãos amarradas devido a uma
interferência política".
Esses incidentes, e mesmo os incidentes menos violentos que esses,
não são tão raros na Califórnia rural. As narrativas são tragicamente
semelhantes e dependem da crença de tolerância de nossa sociedade e na
fé de que entrar e residir ilegalmente nos Estados Unidos não é
realmente um crime. Identificação fraudulenta e adoção de nomes falsos
não são realmente comportamentos criminosos. Dirigir alcoolizado não é
motivo para deportação – ainda que todos esses sejam crimes que podem
arruinar carreiras e ter consequências caras para os cidadãos nativos.
Os estatísticos argumentam que os imigrantes cometem menos crimes do
que os nativos, mas nunca conseguem calibrar imigrantes ilegais na
equação (em parte porque ninguém tem ideia de quem, onde ou quantos são,
já que as estimativas desse número variam entre 11 e 20 milhões) ou
notar que a segunda geração nascida nos EUA de filhos de imigrantes têm
taxas de criminalidade violenta muito mais altas do que seus pais
imigrantes e que, de maneira circular, contribuem para o conjunto geral
de norte-americanos violentos usado estatisticamente para mostrar como
imigrantes são menos violentos.
Devemos redefinir toda a moralidade da imigração ilegal.
A imoralidade está minando a lei federal e normalizando isenções que
permitem que criminosos como Garcia e Arriaga destruam gente inocente e
indefesa. Muito frequentemente, os arquitetos de fronteiras abertas e
jurisdições de santuário não estão nas linhas de frente, onde pessoas em
estado vulnerável sofrem consequências muito mais reais do que as
pessoas distantes, que podem confiar em suas próprias redes de segurança
quando suas grandes abstrações se concretizam.
E, finalmente, esquecemos que muitas vezes as vítimas de imigrantes
ilegais são, pelo menos na Califórnia (onde um em cada quatro residentes
não nasceu nos EUA) imigrantes legais como o oficial Singh e membros da
comunidade hispânica como o falecido Sr. Soto. As pesquisas mostram que
o apoio às fronteiras abertas não é popular e que a maioria dos
americanos quer o fim da imigração ilegal e da captura e da liberação,
bem como apoia a aplicação mais rigorosa das leis federais de
imigração.
Victor Davis Hanson é colaborador
da National Review, membro sênior da Hoover Institution e autor, mais
recentemente, do livro “Second World Wars: How the First Global Conflict
Was Fought and Won”.
©2019 National Review. Publicado com permissão. Original em inglês.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
Nenhum comentário:
Postar um comentário