Como se reinventa um clássico? Está é uma pergunta que muitos conseguem responder, mas poucos podem efetivamente realizar. Uma divagação seria afirmar que o clássico é um clássico por natureza, e o que se deve fazer é evoluir o conceito sem macular sua essência. Mas quem quiser uma resposta mais objetiva que pergunte aos designers da Porsche. A marca alemã acaba de apresentar a oitava geração do 911, a 992, que mantém sua concepção estética imutável há 55 anos.
Diferentemente de qualquer outro automóvel, o 911 é um carro fiel ao projeto original, desenhado por Ferry Porsche, que por sua vez tem por base o conceito de design que Ferdinand Porsche pensou para o Volkswagen Sedan, que você conhece como Fusca. E posteriormente para o 356. Esse conceito é basicamente a junção de duas gotas.
Mudar o 911 é algo tão complexo e tão minucioso que, nestes 55 anos, ele trocou de carroceria apenas uma vez. A atual foi inaugurada em 1997 e está aí até hoje. Assim, as proporções do novo “Nine-Eleven”, como chamam os norte-americanos, tem praticamente as mesmas medidas, exata distância entre-eixos e motor seis cilindros boxer dependurado atrás do eixo traseiro.
O que realmente muda nessa virada de geração é a capacitação para receber motorização híbrida, que chega em 2022. Os ajustes preveem a instalação de baterias junto ao eixo dianteiro, assim como motores que tracionariam as rodas da frente nas versões Carrera 4 E-Hybrid e Turbo S E-Hybrid. A Porsche, como qualquer marca de modelos esportivos, tem sentido os impactos do rigor das legislações ambientais.
Por hora, a marca apresentou apenas a versão Carrera 4S, equipada com a unidade 3.0 biturbo, revista para render 450 cv. O seis cilindros boxer atua em conjunto com a nova caixa de dupla embreagem e oito marchas. Há ainda opção de caixa manual de sete marchas, para adoçar os puristas.
Desenho
Visualmente ele recebeu novos para-lamas dianteiros, que remetem à geração 993, com uma peça única que envolve os faróis (que seguem ovais e com tecnologia Matrix LED). Também ganhou novo capô, para-choques e lanternas, que tem um filete de LED de ponta a ponta.
A grelha da tampa do motor foi deslocada para junto do para-brisas traseiro. Isso foi necessário para permitir o desenho da nova asa móvel, que se camufla na carroceria. Por dentro, os mostradores circulares foram preservados, sendo que o conta-giros se manteve analógico. E a ignição segue à esquerda do volante, como reza a tradição.