Travando uma disputa pela hegemonia planetária e tendo a
América do Sul como um ponto estratégico, Estados Unidos e China optaram
por um tom neutro na cerimônia de posse do presidente Jair Bolsonaro.
Embora tenham circulado rumores que o presidente Donald Trump poderia
vir à festa, os EUA serão representados pelo secretário de Estado, Mike
Pompeo. É um emissário de alto nível, porém com status na média dos que
aqui estiveram de outras posses presidenciais. A China, por sua vez,
enviou um vice-presidente do Congresso, Ji Bingxuan, igualmente mantendo
o padrão para o Brasil. Em meio a desconvites aos mandatários de Cuba,
Venezuela e Nicarágua, um “bolivariano” deverá marcar presença na
cerimônia: o presidente da Bolívia, Evo Morales. Depois de haver
condenado o “golpe” contra a ex-presidente Dilma Rousseff, em 2016, ele
tratou de moderar o tom na relação com o Brasil. Visitou o presidente
Michel Temer em dezembro passado. Apesar da diferença política, Evo tem
uma questão importante a tratar: a renovação do fornecimento de gás para
o Brasil. Vital para a economia boliviana, o contrato se encerra em
meados de 2019 e a Petrobrás já sinalizou que pretende cortar suas
compras pela metade. O destaque internacional da festa ficará por conta
do primeiro-ministro de Israel, Binyamin Netanyahu, que se encontra no
Brasil desde a última sexta-feira. Ele contou que Bolsonaro lhe
reafirmou o compromisso de mudar a embaixada de Tel-Aviv para Jerusalém,
o que representa o reconhecimento, pelo governo brasileiro, da
reivindicação israelense sobre a cidade. A adoção da medida seria apenas
uma questão de tempo, segundo informou.
Estadão
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