O Globo
Acabou o amor. A sete dias das urnas, os presidenciáveis deixaram as propostas de lado e fizeram o debate mais agressivo da campanha na TV Record. O tom dos ataques indica que teremos uma semana quente até o primeiro turno.
O principal alvo foi Jair Bolsonaro, que vinha sendo poupado nos debates. Um dia depois de receber alta do hospital, o candidato do PSL foi alvejado pelos concorrentes. Quase todos tentaram pegar carona no movimento de mulheres que ocupou as ruas no sábado, com o mote #EleNão.
ATÉ MEIRELLES – “Nenhum país democrático tem um Bolsonaro como presidente”, disparou o candidato do MDB, Henrique Meirelles.
“Bolsonaro desrespeita a Constituição e a democracia. Ele fala muito grosso, mas tem momentos que amarela. Ele já está com medo da derrota”, emendou Marina Silva (Rede), que criticou o capitão por levantar suspeita contra as urnas eletrônicas.
Ciro Gomes (PDT) engrossou o coro, acusando Bolsonaro de defender propostas “antipovo e antipobre”. Ele também criticou o capitão pela ausência. “No outro debate, eu vim com uma sonda pendurada na perna”, provocou.
CONSTITUINTE – Em terceiro lugar nas pesquisas, Ciro também voltou a mira contra Fernando Haddad (PT), que defendeu a ideia de uma nova Assembleia Constituinte. O petista tentou se explicar, dizendo que a iniciativa seria do Congresso e não dele, mas não escapou da réplica. “Você não acredita numa única palavra do que acabou de dizer”, disse o pedetista.
Haddad também foi atacado por Guilherme Boulos (PSOL), que criticou sua aliança com Renan Calheiros, e depois por Alvaro Dias (Podemos), que atacou a influência do ex-presidente Lula na campanha. “Lá da prisão, em Curitiba, Lula comanda a campanha do PT com bilhetes e autoriza repasses de recursos”, disse. O petista só respirou ao atacar o governo Temer, que foi pouco lembrado no encontro. Ele voltou a prometer que, se eleito, revogará a reforma trabalhista aprovada no ano passado.
No fim do debate, Marina, Ciro e Geraldo Alckmin (PSDB) insistiram no discurso da terceira via. Os três atacaram a polarização entre Bolsonaro e Haddad e tentaram se apresentar como opções viáveis contra o duelo indicado pelas pesquisas. Só falta combinar com o eleitor.
Nenhum comentário:
Postar um comentário