MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

terça-feira, 30 de outubro de 2018

Bolsonaro quer Sergio Moro no Ministério da Justiça ou no Supremo


Jair Bolsonaro (PSL) durante entrevista ao Jornal Nacional Foto: Reprodução/TV Globo
Bolsonaro deu entrevistas a cinco emissoras de TV
Marco Grillo
O Globo

O presidente eleito, Jair Bolsonaro, afirmou nesta segunda-feira que vai convidar o juiz Sergio Moro para ocupar o Ministério da Justiça ou uma das vagas no Supremo Tribunal Federal (STF) que serão abertas durante o seu mandato, com a aposentadoria de ministros — a escolha, segundo Bolsonaro, caberá ao magistrado. A interlocutores, o juiz diz que não descarta participar do governo Bolsonaro .
O futuro governante, que concedeu entrevistas ontem para cinco emissoras de televisão (TV Globo, Record, SBT, Band e RedeTV!), defendeu ainda que pelo menos um trecho da reforma da Previdência proposta pelo governo de Michel Temer seja aprovado pelo Congresso. 
SEM OPORTUNISMO – Bolsonaro afirmou que vai convidar o juiz Sergio Moro para ocupar uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF) ou o Ministério da Justiça. O presidente eleito ainda não procurou o magistrado, mas ressaltou que quer agendar a conversa em breve. Pelo menos duas vagas na Corte serão abertas nos quatro anos de mandato do capitão da reserva, com as aposentadorias compulsórias dos ministros Celso de Mello e Marco Aurélio Mello.
— Se tivesse falado isso lá atrás, soaria oportunista. Pretendo sim (convidar Moro) não só para o Supremo, como quem sabe até para o Ministério da Justiça. Pretendo conversar com ele, saber se há interesse e, se houver interesse, da parte dele, com toda certeza será uma pessoa de extrema importância em um governo como o nosso — disse Bolsonaro.
PRESIDÊNCIA DA CÂMARA – O presidente eleito também defendeu que o próprio partido, o PSL, não ocupe a presidência da Câmara na próxima legislatura. Ele, no entanto, evitou se comprometer com a defesa da recondução de Rodrigo Maia (DEM-RJ), que já começou as articulações para permanecer mais dois anos no posto.
— O que tenho falado para a minha bancada é que eu gostaria que não lutássemos pela presidência da Câmara. Seria um gesto de humildade da nossa parte, porque queremos que todos participem do governo. Não posso falar que sou (favorável à recondução de Rodrigo Maia). Tem vários nomes ali. O presidente não pode entrar nessa briga. O que tenho dito é que houvesse uma compreensão e que o PSL ocupasse uma função na mesa (diretora), não a presidência.
COM TEMER – Bolsonaro vai a Brasília na semana que vem conversar com o presidente Michel Temer e defendeu que ao menos um trecho da reforma da Previdência seja aprovado pelo Congresso. Nesta segunda-feira, no entanto, o futuro ministro da Casa Civil, deputado Onyx Lorenzoni (DEM-RS), criticou a proposta sobre a Previdência apresentada pelo atual governo e afirmou que as mudanças devem ocorrer de uma vez só.
—Buscaremos aprovar (este ano) alguma coisa, como reforma da Previdência. Se não tudo, alguma parte, pois evitaria problemas para o futuro governo.
Sobre as agressões recentes contra homossexuais, o presidente eleito afirmou que os atos precisam ser punidos de forma severa. “A agressão contra um semelhante tem que ser punida na forma da lei e, se for por motivo como esse (em função da orientação sexual), tem que ter pena agravada” — afirmou.
HOMOFÓBICO – Bolsonaro afirmou que ganhou o rótulo de homofóbico por ter se posicionado contra a divulgação pelo governo de materiais contra a homofobia, o que o presidente eleito chamou de “kit gay”. Ele citou novamente o suposto “9º Seminário LGBT Infantil” que teria sido organizado na Câmara para discutir o assunto. A informação é falsa, conforme já mostrou o “Fato ou Fake”, blog de checagem do Grupo Globo. O que foi realizado foi o “9º Seminário LGBT no Congresso Nacional”, evento organizado atualmente.
Depois de uma eleição bastante polarizada, Bolsonaro fez um aceno para os eleitores que não o apoiaram durante a eleição: “Quero dizer a todos vocês que não votaram em mim que nós estamos no mesmo barco. Se o Brasil não sair dessa crise ética, moral e econômica, todos nós sofreremos as consequências do que se aproxima. Temos tudo para sermos uma grande nação. O que falta é união de todos”.
SEGURANÇA E ARMAS – Jair Bolsonaro voltou a defender que a Câmara aprove o excludente à ilicitude para evitar que policiais sejam responsabilizados por crimes cometidos em serviço e disse que os bandidos serão responsabilizados “pela lei ou sendo abatidos”:
— Quem está à margem da lei tem que entender que, fazendo algo errado, ele vai ser responsabilizado, quer seja na lei ou quer seja sendo abatido. Não podemos cada vez mais deixar que a bandidagem fique à vontade, sabendo que a lei está muito mais do lado dele, do que do lado de quem está defendendo o Estado.
Além das mudanças no Estatuto do Desarmamento, facilitando a posse de armas, o presidente eleito foi além e defendeu a flexibilização do porte — o que permite aos cidadãos saírem de casa com o armamento. Hoje, a legislação praticamente proíbe o porte, que está restrito a casos muito específicos.
CAMINHONEIROS – O porte de arma de fogo tem que ser flexibilizado também. Por que um caminhoneiro não pode ter porte de arma de fogo? Ao reagir se alguém estiver furtando ou roubando seu estepe, o caminhoneiro armado vai dar exemplo para a bandidagem: atirou, o elemento foi abatido em legitima defesa, ele (caminhoneiro) vai responder, mas não tem punição. Vai diminuir a violência, com toda certeza — defendeu Bolsonaro.
O presidente eleito defendeu, em um primeiro momento, a redução da maioridade penal para 17 anos. Bolsonaro afirmou que luta pelo tema desde que se elegeu deputado federal há 28 anos, mas disse que nunca teve êxito porque a esquerda sempre teve força no Congresso e barrava a proposta. “— Se não for possível (a redução da maioridade penal) para 16 anos, que seja 17. Como futuro presidente, se tiver resultado, podemos tentar 16. Eu gostaria que fosse 14, mas com 14 anos a chance é quase zero de ser aprovado”.
Posted in |

Nenhum comentário:

Postar um comentário