A sabatina do candidato à Presidência pelo PSL, Jair Bolsonaro, no
Jornal Nacional, da TV Globo, foi marcada por polêmicas e por dois
momentos de discussões intensas com os apresentadores William Bonner e
Renata Vasconcellos. A primeira discussão foi feita durante resposta a
uma pergunta sobre a diferença salarial entre homens e mulheres.
Bolsonaro disse que esta é uma questão que já está resolvida na
Constituição. Renata Vasconcellos rebateu e perguntou o que ele pode
fazer sobre o tema se for eleito e ele insinuou que o salário dela era
menor do que o de Bonner. "Meu salário não te diz respeito", afirmou
Renata. "O salário do senhor é pago com dinheiro público. Eu posso lhe
garantir que jamais aceitaria receber um salário menor que um homem em
uma função semelhante à minha." Bolsonaro a interrompeu e disse que a
Globo "vive em grande parte de recursos da União". Em discussão
posterior, Renata e Bonner tentaram evitar que Bolsonaro exibisse a
cartilha "Aparelho Sexual e Cia", que, segundo ele, foi distribuída em
escolas públicas. Em outro momento, Bolsonaro disse que as falas do
General Hamilton Mourão (PRTB), vice dele, sugerindo ação militar "estão
em consonância com o que grande parte da população acredita". Em
seguida, ele leu trecho de editorial do fundador da Globo, Roberto
Marinho, em apoio ao Golpe Militar de 31 de março de 1964. Ao final do
telejornal, Bonner leu nota em que as Organizações Globo reconhecem que o
apoio ao governo militar foi um erro. O texto é o mesmo lido pela
jornalista Miriam Leitão em sabatina com o candidato no começo do mês,
na GloboNews. (Correio)
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