MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 30 de agosto de 2018

Alckmin se esquivou bem dos inquisidores, mas sua falta de carisma é evidente


Alckmin colocou pimenta no chuchu e escapou da “inquisição”
Carlos Newton
Ele não tem carisma, mas é muito experiente. Começou como vereador em Pindamonhangaba, virou prefeito, elegeu-se deputado estadual e em 1986 chegou à Câmara Federal, em plena Constituinte, onde teve atuação apagadíssima. Mesmo assim, se reelegeu deputado federal em 1990. Quatro anos depois, presidia o PSDB estadual e deu sorte de ser escolhido para vice-governador na chapa puro-sangue de Mário Covas, que era imbatível.
VICE DE COVAS – Em 1996, tentou voo solo, foi candidato a prefeito de São Paulo e perdeu no primeiro turno. Em 1998, Alckmin conseguiu ser novamente vice na chapa de Covas, que se reelegeu governador. Covas fazia excelente administração, mas foi acometido por câncer em 2001. O vice Alckmin assumiu e se reelegeu governador em 2002, ainda no embalo da popularidade de Covas.
Depois disso, perdeu a eleição presidencial para Lula em 2006, conseguindo ter menos votos no segundo turno do que no primeiro, algo inacreditável. O governador José Serra lhe deu abrigo como secretário estadual. Mas em 2010 Alckmin surpreendeu, ao voltar ao governo de São Paulo, e até se reelegeu em 2014.  Agora, tenta de novo a Presidência e teve de colocar pimenta no picolé de chuchu, para suportar a inquisição na Rede Globo.
EXPECTATIVA – Depois da tortura a que foi submetido na segunda-feira o sorridente Ciro Gomes, vergastado de forma impiedosa por William Bonner e Renata Vasconcelos, e da competente exibição de Jair Bolsonaro na terça-feira, que demoliu a dupla de interrogadores globais, havia enorme expectativa sobre a entrevista de Alckmin.
Os inquisidores globais tentaram agredi-lo, mas esqueceram as duas transações mais tenebrosas  do tucano: as obras superfaturadas do Metrô e o escândalo dos precatórios do Parque Villa Lobos, pagos com juros ilegais. O caso do Rodoanel foi citado, mas Alckmin se saiu bem. Com surpreendente habilidade, driblou os dois inquisidores da Globo e conseguiu abrir espaço para mostrar realizações e até falou de seus planos de governo, algo que Ciro e Bolsonaro nem tentaram.
Assim, a diferença de Alckmin para os candidatos que o antecederam  foi enorme, porque o tucano vem com retrospecto de sete anos de governo em São Paulo, obviamente tinha muitos números a apresentar.
SEM ENTUSIASMAR – Mas a falta de carisma não ajuda. Embora Alckmin tenha colocado pimenta no picolé de chuchu, sua participação não foi entusiasmante nem capaz de atrair eleitores. Fica difícil imaginá-lo na Presidência da República, com atuação firme em defesa dos interesses nacionais, sem se curvar aos banqueiros e aos rentistas, por exemplo.
O pior é que ele se mostrou adepto das Organizações Sociais, entidades criadas para assumir o papel do Estado em serviços importantes como a assistência médico-hospitalar. Como se sabe, essa terceirização é apenas uma maneira de drenar recursos públicos para o bolso de espertalhões que têm especial talento para corromper a classe política. Apenas isso.
No caso de Alckmin, sabe-se também que ele é adepto extremado do neoliberalismo e privatizará até as privadas do Palácio do Planalto. Portanto, é um candidato a ser olhado com desconfiança, aliás, muita desconfiança.
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