Por Folhapress | Fotos: Folhapress
Em
agosto, a advogada Janaina Paschoal caiu no choro e nos braços do
senador afastado Aécio Neves (PSDB-MG), que a consolou com um abraço.
Coautora do pedido de impeachment contra Dilma Rousseff, acabara de
defender sua destituição e pedir na tribuna do Senado que a petista a
desculpasse. "Peço que ela, um dia, entenda que eu fiz isso também
pensando nos netos dela", disse na época.
O mesmo Aécio que a embalou nove meses
antes foi pego num áudio comprometedor, virou réu. “Acho que falei com o
senador Aécio três vezes na vida. Não tinha nenhuma proximidade com
ele. Votei nele apenas no segundo turno em 2014. No primeiro, votei em
Marina. Sempre tive muito carinho por Tancredo, pois ele representava o
sonho da democratização. O que quis dizer foi que eu amo o Brasil, e os
petistas amam o PT”, disse em entrevista ao jornal Folha.
Ainda na oportunidade, a professora de
direito penal da USP defende a renúncia de Michel Temer como a saída
"menos dolorida" e diz que, para substitui-lo, é "contra qualquer ideia
de colocar FHC", que "só faz oposição de fachada".
Questionada se assinaria um pedido de
impeachment contra Temer, ela responder: “com relação a Dilma, ninguém
teria coragem para enfrentá-la, pois o PT domina a imprensa e as
universidades. Por isso corri tantos riscos. Com relação a Temer, a OAB
já tomou a dianteira [de pedir a destituição], e eu apoiei. Não precisa
que eu assine”.
Ainda em entrevista, Janaina Paschoal
também detalhou o motivo de não concordar com eleições diretas no
momento atual. “Os manifestantes [da esquerda] de agora não querem
apenas "fora, Temer", eles querem "volta, Lula". Não vou ajudar. Quero
que todos os criminosos sejam responsabilizados, Lula inclusive. Na
verdade, não sou contra diretas só por causa do Lula. Eu sou contra
diretas porque a Constituição não prevê. O que eu ponderei foi o fato de
os petistas não estarem pedindo "fora, Temer" pelo Brasil, mas sim pelo
PT, pois eles não reconhecem os crimes de Lula e Dilma”.
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