Na política (e na vida) as aparências quase sempre enganam. No caso da escolha do novo ministro do Supremo Tribunal Federal, na vaga de Teori Zavascki, não deu outra. O mais cotado era o ministro Ives Gandra Martins Filho, presidente do Tribunal Superior do Trabalho, a Assessoria de Imprensa do Planalto inflou o nome dele, distribuindo “informes” a valer, mas que na verdade eram mesmo para não valer. O próprio presidente Michel Temer participou da manobra diversionista, conforme se dizia antigamente.
Na última sexta-feira, dia 3, ao dar posse a seus três novos ministros (Moreira Franco, Antonio Imbassahy e Luislinda Valois), o chefe do governo participou da encenação, ao confirmar Gandra Filho para se sentar próximo a ele, na tribuna da honra da cerimônia, e no discurso citou duas vezes o nome do presidente do TST. Mas era tudo um engodo.
TUDO COMBINADO – Desde o início já se sabia que Alexandre de Moraes era um dos nomes mais cotados. O fato de ser do PSDB até ajudou, porque Temer também parece tucano e era amigo íntimo de Moraes. Só havia dúvidas quanto à indicação porque pesavam contra ele as múltiplas mancadas que deu no Ministério da Justiça, inclusive mentiu ao dar entrevista coletiva sobre a rebelião no presídio de Roraima e foi desmentido no Jornal Nacional ao vivo e a cores, uma verdadeira desmoralização.
Mesmo assim, Temer preferiu Alexandre de Moraes, porque julga ser um voto certo a favor de seus interesses presentes e futuros. Justamente por isso, jamais cogitou de nomear Ives Gandra Martins Filho, que sempre iria votar na forma de lei e de sua consciência, sem se importar com os interesses de nenhum grupo político.
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