DA BAHIA – César trocou o Carnaval de Salvador pelo de BH, atraído pelas mulheres mineiras
O totem de 2,5 metros na tripla junção da rua da
Bahia com Caetés e avenida Amazonas, contendo o mapa da região Central
da capital mineira, poderia ser apenas peça de decoração. Mas foi
imprescindível para Belo Horizonte “carnavalizar” com diferentes
sotaques e culturas.
A grande festa de 2017, afinal, atraiu turistas de outras regiões do Brasil. A folia em BH emplacou. Pessoas de Recife, Salvador e Rio de Janeiro viraram as costas para o Galo da Madrugada, o Olodum e a Sapucaí para sentir a energia dos blocos de rua.
O bloco Baianas Ozadas, na avenida Afonso Pena, reuniu ontem cerca de 500 mil pessoas, segundo a organização do evento. Entre elas estavam os amigos César Cruz, comerciante, e Kim Pinheiro, advogado. Pela primeira vez, aceitaram sair da fronteira baiana para curtir os quatro dias de festa. Chegaram em BH no bloco Então, Brilha!, no sábado. Se aventuraram no Carnaval de Ouro Preto no domingo e, insatisfeitos, voltaram para Belô.
“Viemos pela indicação de um amigo de Divinópolis. Não tínhamos pulado Carnaval fora de Salvador ainda. E o daqui não está perdendo em nada para o da nossa terra. Curtimos primeiro o Então, Brilha! e fomos para Ouro Preto. Mas lá não estava tão bacana e voltamos hoje (ontem)”, disse César, seguido pela explicação do amigo sobre o porquê de elegerem BH em detrimento do timbal de Carlinhos Brown em Salvador.
“Viemos para Belo Horizonte por causa das mulheres mineiras, porque sempre nos falavam que eram mais simpáticas que a maioria. E comprovamos isso. Valeu a pena deixar o Carnaval de Salvador para outro ano e pretendemos voltar aqui”, acrescentou.
Trio de forasteiras
No Bloco da Calixto na região do Santa Efigênia, o ‘x’ era arrastado. A típica característica da fala carioca denunciava mais uma “estrangeira” no Carnaval de Belo Horizonte. De Resende, região Sul do Estado do Rio de Janeiro, Carla Santana, de 27 anos, deixou a viagem a Cabo Frio para outro ano. Na folia de 2017, o roteiro foi traçado antecipadamente para conhecer BH.
Mas ela não se aventurou sozinha atrás do trio elétrico da cantora Aline Calixto, no desfile de sábado. Trouxe com ela as amigas Danielle Dias, de 27 anos, e Fernanda Silva, de 28, também dispostas a provar o que BH pode oferecer no Carnaval.
Danielle, natural de Goiânia, trocou sem pestanejar o sertanejo pelo samba. Já Fernanda, acostumada a um Carnaval morno nas redondezas de Cuiabá, onde nasceu, se encantou pela variedade de bloquinhos de rua na capital mineira.
O girassol no alto do trio elétrico solta o apito da boca, pega o microfone e manda a bateria do bloco Beiço do Wando parar de tocar. Estava desafinada. O aquecimento começará do zero. É neste momento que o ambiente é preenchido com o ingrediente sempre presente no Carnaval: os hits do verão brasileiro.
O mais tocado em Belo Horizonte teve alterações para atender a todas as idades. A versão light do funk “Deu Onda”, de MC G15, foi a campeã. A letra original, com palavras ofensivas, foi substituída para sair da censura “+18”.
O sucesso da música foi até explorada por uma marca de vestuário masculino. A empresa tem o pica-pau como mascote e mandou fabricar estampas usando a frase original de “meu pai te ama”. A figura paterna foi substituída, porém, pela ave do topete vermelho, aproveitando o duplo sentido da nomenclatura do animal.
Outro funk na boca dos foliões se transformou até em senha para abrir passagem no meio da multidão.
O leque de músicas “estouradas” na folia de BH é completado por “Você Partiu meu Coração”, gravada por Nego do Borel, Wesley Safadão e Anitta; “Explosão”, de MC Kevinho, e “Nunca Mais Eu Vou Dormir”, de Thiago Brava.
O clima de euforia, entretanto, também teve espaço para a “sofrência” do sertanejo, com canções de Marília Mendonça, Naiara Azevedo e Maiara & Maraisa.
A grande festa de 2017, afinal, atraiu turistas de outras regiões do Brasil. A folia em BH emplacou. Pessoas de Recife, Salvador e Rio de Janeiro viraram as costas para o Galo da Madrugada, o Olodum e a Sapucaí para sentir a energia dos blocos de rua.
O bloco Baianas Ozadas, na avenida Afonso Pena, reuniu ontem cerca de 500 mil pessoas, segundo a organização do evento. Entre elas estavam os amigos César Cruz, comerciante, e Kim Pinheiro, advogado. Pela primeira vez, aceitaram sair da fronteira baiana para curtir os quatro dias de festa. Chegaram em BH no bloco Então, Brilha!, no sábado. Se aventuraram no Carnaval de Ouro Preto no domingo e, insatisfeitos, voltaram para Belô.
“Viemos pela indicação de um amigo de Divinópolis. Não tínhamos pulado Carnaval fora de Salvador ainda. E o daqui não está perdendo em nada para o da nossa terra. Curtimos primeiro o Então, Brilha! e fomos para Ouro Preto. Mas lá não estava tão bacana e voltamos hoje (ontem)”, disse César, seguido pela explicação do amigo sobre o porquê de elegerem BH em detrimento do timbal de Carlinhos Brown em Salvador.
“Viemos para Belo Horizonte por causa das mulheres mineiras, porque sempre nos falavam que eram mais simpáticas que a maioria. E comprovamos isso. Valeu a pena deixar o Carnaval de Salvador para outro ano e pretendemos voltar aqui”, acrescentou.
Trio de forasteiras
No Bloco da Calixto na região do Santa Efigênia, o ‘x’ era arrastado. A típica característica da fala carioca denunciava mais uma “estrangeira” no Carnaval de Belo Horizonte. De Resende, região Sul do Estado do Rio de Janeiro, Carla Santana, de 27 anos, deixou a viagem a Cabo Frio para outro ano. Na folia de 2017, o roteiro foi traçado antecipadamente para conhecer BH.
Mas ela não se aventurou sozinha atrás do trio elétrico da cantora Aline Calixto, no desfile de sábado. Trouxe com ela as amigas Danielle Dias, de 27 anos, e Fernanda Silva, de 28, também dispostas a provar o que BH pode oferecer no Carnaval.
Danielle, natural de Goiânia, trocou sem pestanejar o sertanejo pelo samba. Já Fernanda, acostumada a um Carnaval morno nas redondezas de Cuiabá, onde nasceu, se encantou pela variedade de bloquinhos de rua na capital mineira.
“Onde vai ser o bloco ‘Quando Come Se Lambuza’? Queremos curtir todos desta região aqui da Cidade”, disse Fernanda, em busca da concentração do bloco que saiu na esquina da avenida Brasil com Afonso Pena.‘Deu Onda’ e ‘Ó o Gás’ dominam hits da festa na capital
O girassol no alto do trio elétrico solta o apito da boca, pega o microfone e manda a bateria do bloco Beiço do Wando parar de tocar. Estava desafinada. O aquecimento começará do zero. É neste momento que o ambiente é preenchido com o ingrediente sempre presente no Carnaval: os hits do verão brasileiro.
O mais tocado em Belo Horizonte teve alterações para atender a todas as idades. A versão light do funk “Deu Onda”, de MC G15, foi a campeã. A letra original, com palavras ofensivas, foi substituída para sair da censura “+18”.
O sucesso da música foi até explorada por uma marca de vestuário masculino. A empresa tem o pica-pau como mascote e mandou fabricar estampas usando a frase original de “meu pai te ama”. A figura paterna foi substituída, porém, pela ave do topete vermelho, aproveitando o duplo sentido da nomenclatura do animal.
Outro funk na boca dos foliões se transformou até em senha para abrir passagem no meio da multidão.
Quem carregava instrumentos pesados ou até ambulantes com carrinhos recheados de bebida logo gritavam “ó o gás”. Frase solitária de uma música remixada, que começa com o som típico dos caminhões entregadores de gás de cozinha e termina no aviso para pular sem parar.Um dos sucessos musicais na folia belo-horizontina é um hino para os foliões com a pretensão de curtir todos os dias de Carnaval: “Nunca mais eu vou dormir (...) Tá com sono? Vai pra casa, que eu não vou sair daqui”, diz um trecho do funk de Thiago Brava
O leque de músicas “estouradas” na folia de BH é completado por “Você Partiu meu Coração”, gravada por Nego do Borel, Wesley Safadão e Anitta; “Explosão”, de MC Kevinho, e “Nunca Mais Eu Vou Dormir”, de Thiago Brava.
O clima de euforia, entretanto, também teve espaço para a “sofrência” do sertanejo, com canções de Marília Mendonça, Naiara Azevedo e Maiara & Maraisa.
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