Robenilson diz que o lar nem sempre protege a criança |
Esta semana, uma adolescente de 14 anos
acusou o pai, de 34 anos, de ter abusado sexualmente por ele. É uma
notícia chocante, mas apenas um exemplo dos milhares de casos
registrados em todo País acerca do abuso sexual de crianças e
adolescentes. Somente no primeiro mês de 2017, o Disque 100, serviço do
governo federal para receber denúncias de violações de direitos humanos,
registrou mais de 500 denúncias desse tipo de crime. Em Itabuna, os
números são estarrecedores! O Conselho Tutelar registrou, em 2016, um
total de 706 casos de violência contra a criança (lesão corporal grave,
agressão física e estupro). Estatística que, em janeiro de 2017, já
somava mais de 70 denúncias. Tão grave quanto o número de casos, é a
identificação do agressor. “Apenas 4% desses casos de violência foram
praticados por pessoas que eram desconhecidas das vítimas. Infelizmente,
é nos núcleos familiares, onde crianças e adolescentes deveriam ser
protegidos, onde os abusos mais cruéis costumam acontecer” – revela o
dirigente do Conselho Tutelar de Itabuna, Robenilson Sena. Os estudos
sobre o tema mostram que não há uma causa especifica para essa prática
criminosa. Embora seja comum se ouvir que há uma relação entre violência
sexual e pobreza, há registros em todas as classes sociais. Muitas
vezes o abuso está sustentado numa relação de poder do agressor sobre a
vítima. Esse poder pode ser econômico, de força física, de classe
social, ou mesmo de gênero. Como mostram as estatísticas, o agressor
sexual pode ser qualquer pessoa que se aproxima da criança, podendo,
inclusive, ter a confiança dos adultos responsáveis por ela. Em geral os
abusadores podem ser pais, padrastos, tios, avós, irmãos mais velhos –
seguidas por pessoas conhecidas da família. Os especialistas admitem que
esse é um problema difícil, não só por assustar e chocar, mas por ser, a
questão sexual, um tabu, encoberto pelo manto do silêncio. Entretanto,
alertam que, para enfrentá-la, é preciso romper esse acobertamento. Seja
quem for o agressor, o abuso sexual é um assunto de interesse público.
Afinal, proteger a criança e o adolescente de toda forma de violência é
uma responsabilidade do Estado, da família e da sociedade!
VAL CABRAL
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