Parabéns
aos paulistanos, que se livraram de Fernando Haddad, o candidato do PT
apoiado pelo tiranete Lula. É o fim do partido totalitário. RIP:
A cidade
de São Paulo elegeu neste domingo, pela primeira vez, um prefeito em
primeiro turno: com 96,48% das urnas apuradas, João Doria (PSDB) tem
53,42% dos votos válidos. O tucano desbancou seus adversários Fernando
Haddad (PT), Celso Russomanno (PRB) e Marta Suplicy (PMDB), que
disputavam até o último uma chance no segundo turno. Ainda que inédita, a
vitória já no primeiro turno não era descartada peloa tucanos. Os
trackings internos do partido na véspera das eleições já indicavam o
candidato com um porcentual entre 45% e 50% dos votos. Ainda assim, dada
a dificuldade do feito, no começo da tarde, de cima do palco montado no
diretório do partido em São Paulo, o animador da militância pedia
respeito aos outros candidatos, de olho em evitar rusgas com potenciais
aliados no segundo turno.
A
vitória cai com uma ducha de água fria principalmente no PT, que nutria
grande expectativa de ir ao segundo turno. O candidato à reeleição
Fernando Haddad (PT) vinha crescendo nas pesquisas e a boca de urna do
Ibope indicava que ele tinha 20% das intenções de votos válidos, contra
48% do tucano.
O político que renega a política
Pupilo
do governador Geraldo Alckmin (PSDB), o tucano largou a disputa na
lanterna, como uma incógnita e apenas 5% das intenções de voto.
Pesquisas preliminares apontavam que ele era menos conhecido entre o
eleitorado do que Levy Fidelix. Com uma coligação de oito partidos, que
rendeu a ele o maior tempo de televisão, o empresário à frente do Lide
logo saiu do anonimato, apresentando-se como um outsider – “sou um
empresário, não um político” -, um João que passou dificuldades na
adolescência, mas acabou bem sucedido nos negócios.
Na
propaganda eleitoral, o empresário, que declarou 180 milhões de reais em
bens à Justiça Eleitoral, o que incluía dois Porsches e uma mansão em
Campos de Jordão (SP), tentou afastar a pecha de “riquinho”. No início
da campanha, chegou a pedir aos jornalistas que não o fotografassem
comendo. Não gostou de ter sido “flagrado” abocanhando um pastel e
tomando um café com expressão de nojo. Por vezes, levou isso na
brincadeira. Símbolo máximo dos anti-petistas, a coxinha era quase
onipresente em suas caminhadas por São Paulo.
O
empresário foi o que mais gastou com a campanha – 13,03 milhões de
reais. Também o que mais tirou do próprio bolso para se bancar – 2,9
milhões de reais, quase metade do total arrecadado até agora, de 6,2
milhões de reais. Ganhou evidência nos debates ao se contrapor à gestão
do petista Fernando Haddad. Com o slogan “Acelera São Paulo”, prometeu
aumentar a velocidade das Marginais Tietê e Pinheiro logo na semana
seguinte à eventual posse e acabar com sete secretarias da
administração, entre elas das Mulheres e das Pessoas com Deficiência e
outras duas (Juventude e LGBT) que nem existiam. Também fez uma ampla
defesa das privatizações, anunciando que pretende vender o autódromo de
Interlagos e o Anhembi e conceder à iniciativa privada faixas exclusivas
de ônibus, parques municipais e o estádio do Pacaembu.
Com o
discurso antipetista, Doria ganhou largo apoio de grupos que saíram às
ruas contra a ex-presidente Dilma Rousseff, como o Movimento Brasil
Livre, mas encontrou forte resistência dentro do próprio partido, que se
dividiu entre a sua candidatura e a do vereador Andrea Matarazzo. O
vereador acabou deixando o partido, disparando aos quatro ventos que
Doria havia comprado os diretórios zonais, para ser vice de Marta pelo
PSD. Para dirimir as críticas de que não era bem quisto nem pelos seus, a
campanha exibiu na última semana um vídeo em que caciques do PSDB, como
o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso e o senador Aécio Neves,
aparecem declarando voto a Doria. A ausência do ministro das Relações
Exteriores José Serra, que já foi prefeito e governador de São Paulo,
foi sentida.
Apesar
de se mostrar como alguém de fora da política, o candidato contou com
largo apoio de Alckmin, que apareceu ao seu lado em comícios e vídeos de
campanha. Uma eventual vitória do tucano no segundo turno fortaleceria a
posição do governador dentro do partido para se lançar candidato à
Presidência em 2018. Na última semana, o Ministério Público Eleitoral
pediu a cassação da chapa de Dória e uma punição a Alckmin por abuso de
poder. Segundo o promotor José Carlos Bonilha, o governador usou a
máquina do Estado, ao nomear um secretário estadual de um partido
aliado, para beneficiar o candidato.
Outro
ponto que foi levantado pelos adversários e gerou desgaste para a
campanha foi ele ter incorporado a uma propriedade sua, em Campos de
Jordão, uma área pública de 365 metros quadrados. A Justiça determinou a
reintegração de posse imediata do terreno e o candidato se viu obrigado
a anunciar que a devolveria, apesar de ter dito que poderia recorrer da
decisão.
Quem é o novo prefeito
Nascido
em dezembro de 1957, Doria é filho do político João Doria, que precisou
deixar o país ao ter os direitos políticos cassados logo após o golpe
militar de 1964. A família se exilou em Paris e retornou ao Brasil dois
anos depois. Doria Júnior começou a trabalhar aos treze anos na fábrica
de fraldas no bairro de Pinheiros, em São Paulo, onde sua mãe
trabalhava. Dois anos depois, conseguiu seu primeiro estágio em uma
agência de publicidade.
A partir
desse emprego, estabeleceu uma carreira na área de publicidade, como
comunicador e apresentador de televisão. Ainda na faculdade, assumiu um
cargo de direção na antiga TV Tupi e depois tornou-se diretor na TV
Bandeirantes. Apesar de negar ser político, foi presidente do Instituto
Brasileiro de Turismo (Embratur) durante o governo Sarney e antes
exerceu cargos na prefeitura de São Paulo durante a gestão de Mario
Covas. Doria foi Secretário de Turismo e presidente da Paulistur.
A partir
da década de noventa, montou sua própria produtora e participou de
programa de entrevista ligados a área empresarial e personalidades na
Rede Manchete, RedeTv! e novamente na Rede Bandeirantes.
Em 1992,
também criou o Grupo Doria para promover eventos empresariais no Brasil
e no exterior. A partir desta iniciativa, fundou também em 2003, o Lide
– Grupo de Líderes Empresariais, que reúne mais de 1.600 empresas
nacionais e municipais, que representam 52% do PIB brasileiro.
O fracasso petista
Mesmo
tendo a máquina administrativa nas mãos, o prefeito Fernando Haddad não
conseguiu engrenar nas pesquisas até a última semana. Colheu os frutos
dos altos índices de rejeição e da onda antipetista que tomou conta do
país, especialmente de São Paulo. No início da campanha, evitou
nacionalizar o debate por causa da impopularidade da ex-presidente Dilma
Rousseff. Terminado o processo do impeachment, no entanto, mudou de
estratégia e passou a associar a sua campanha ao movimento “fora Temer” e
a acusar os três adversários de apoiarem o governo “ilegítimo” do
presidente Michel Temer.
Réu por
corrupção e lavagem de dinheiro e acusado de ser o “comandante máximo”
do petrolão, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, seu padrinho
político, só apareceu na reta final da campanha em comícios para chamar a
militância. Na propaganda da TV, ele não deu as caras. Em 2012, Haddad
foi eleito como o “segundo poste de Lula”, depois da vitória de Dilma
para a Presidência.
Preferido
entre os eleitores mais ricos e escolarizados, Haddad não conseguiu
emplacar nas zonas periféricas, tradicionais redutos do PT. Desde o
primeiro dia de campanha, focou em mostrar os programas executados
durante a sua gestão – implantação das faixas exclusivas de ônibus e
ciclovias, Paulista fechada para atividades de lazer, Braços Abertos,
redução da velocidade das Marginais, entre outros. Foi prejudicado – e
bastante atacado – por não ter tirado do papel boa parte das metas
definidas por sua administração. O prefeito culpou a crise econômica
pelo não cumprimento das promessas. Com dificuldades de crescer nas
pesquisas, o petista tentou se aproximar de Luiza Erundina (PSOL), que
resistiu até o final do primeiro turno, dizendo que a sua candidatura
era a “única de esquerda” em São Paulo. Num gesto para atrair a
militância, Haddad ainda chegou a propor o passe livre para
desempregados. Não funcionou. (Veja.com).
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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