MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 7 de abril de 2016

Não há demanda por crédito e inadimplência deve subir, avalia BC


'Estímulo ao crédito pode funcionar com recuperação da confiança', disse.
Recentemente, governo anunciou pacote de crédito de R$ 83 bilhões.

Alexandro MartelloDo G1, em Brasília
Não há apetite dos bancos públicos e privados em ampliar crédito e não há demanda por parte das empresas e das famílias também, avaliou nesta quinta-feira (7) o diretor de Fiscalização do Banco Central, Anthero Meirelles, ao comentar o relatório de estabilidade financeira.
Segundo ele, medidas de estímulo ao crédito podem funcionar "em um momento de recuperação do ciclo de confiança".
"Hoje, o que impede um mercado mais dinâmico de crédito é um baixo nível de confiança de pessoas físicas e empresas, que reflete um pessimismo em relação à situação econômica presente. Acho que o crédito voltará a crescer quando esses níveis de confiança estiverem se recuperando. É uma avaliação bastante geral e olhando o conjunto da economia", declarou Meirelles.

Ele avaliou ainda, que, olhando o quadro geral do mercado de crédito, o quadro para os empréstimos bancários "reflete bem essa dinâmica bem parada [da economia]".
Pacote de crédito
Em janeiro, o governo anunciou a abertura de linhas de crédito no valor de R$ 83 bilhões com o objetivo de estimular o nível de atividade econômica e tentar evitar um impacto maior da recessão na taxa de desemprego.
Segundo o diretor do Banco Central, porém, essa situação de baixa confiança e de baixa performance nos negócios não atinge igualmente a todos os setores da economia brasileira.
"Tem setores que ainda mostram muito dinamismo. Por exemplo, os exportadores, em função da depreciação do câmbio [alta do dólar], ou aqueles que atuem em substituição a importação, ou o agronegócio. Continuam pujantes. Você tem diferentes segmentos onde há demanda por crédito e atividade", acrescentou.
Inadimplência em alta
Segundo o diretor do Banco Central, a expectativa é de continuidade do crescimento da inadimplência em meio à recessão e ao aumento do desemprego.
"A gente espera que a inadimplência continue crescendo, por razões óbvias da situação econômica, mas não esperamos nada explosivo. Ela está crescendo em todos os bancos, públicos ou privados", declarou Anthero Meirelles.
De acordo com ele, os bancos públicos têm nível de inadimplência mais baixo do que os privados. "Tem que continuar acompanhando isso com uma lupa permanente.Mas o nível de provisão e de capital nos dá bastante conforto de que o sistema financeiro é um fundamento importante da economia brasileira. O sistema financeiro não agrega risco adicional. É um elo forte da corrente, tanto bancos públicos ou privados", afirmou.
Segundo o BC, a taxa de inadimplência das pessoas físicas, nos empréstimos bancários com recursos livres (sem contar crédito rural e habitacional), que mede atrasos nos pagamentos acima de 90 dias, somou 6,2% em fevereiro. É o mesmo patamar registrado nos dois meses anteriores. Em 12 meses, houve alta de 0,9 ponto percentual na taxa.

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