Eugênio Aragão diz não achar a violência “produtiva”, mas afirma que reações extremas decorrem da “lei de Newton”. Enfim, algum no PT
O
ministro da Justiça, Eugênio Aragão, diz bem a que veio. Não me lembro —
e olhem que já acompanhava política durante parte da ditadura — de um
ministro da Justiça justificar a violência. E isso está sendo feito
debaixo do nariz das instituições e da imprensa, que parece narcotizada e
embarca agora na tese golpista, esta sim, das eleições gerais.
Num evento
que discutia a segurança dos Jogos Olímpicos, o doutor foi questionado
sobre o discurso da incitação à violência de setores contrários o
impeachment, respondeu o seguinte:
“Esse tipo de discurso [de incitação à violência] não é produtivo. Agora, claro que existem pessoas acuadas e outras que estão acuando […]. Aí prevalece a lei de Newton: toda ação corresponde a uma reação em igual intensidade e sentido oposto, mas nós temos que evitar isso […] Não é produtivo […]”.
“Esse tipo de discurso [de incitação à violência] não é produtivo. Agora, claro que existem pessoas acuadas e outras que estão acuando […]. Aí prevalece a lei de Newton: toda ação corresponde a uma reação em igual intensidade e sentido oposto, mas nós temos que evitar isso […] Não é produtivo […]”.
Querem mais? Pois não.
“Reação de
quem está acuado é realmente uma reação que está em intensidade
proporcional […] A manifestação de absoluta rejeição a qualquer tipo de
afastamento através de golpe, mesmo que com aparência de
constitucionalidade, me parece um movimento legítimo”.
As palavras fazem sentido. Tome-se a “absoluta rejeição” como sinônimo de violência. Logo, ele justifica a violência.
Esse
discurso de Aragão é o que justifica o terrorismo, por exemplo: os
palestinos se dizem acuados pelos israelenses; os islâmicos se dizem
acuados pelos “cruzados”; os católicos do IRA se diziam acuados pelos
protestantes…
Esse
discurso de Aragão legitima a tortura. Afinal, os “acuados” pela
esquerda, que praticava atos terroristas, decidiram segundo a lei de
Newton. Foram lá e torturaram Dilma Rousseff.
Se havia alguma dúvida de que o governo está disposto a tolerar a violência de seus seguidores, agora não há mais.
Notem que o ministro não acha a violência uma coisa errada. Ele só não a considera “produtiva”.
É evidente que tem de ser objeto de um processo de impeachment, ele também, e de ser processado.
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