Vice e Renan Calheiros esqueceram as divergências do passado e trocaram elogios
O vice-presidente Michel Temer confirmou nesta quarta-feira (27), em conversa reservada com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), que a presença do PSDB em seu eventual governo, no caso de impeachment da presidente Dilma Rousseff, é "vital" para a viabilidade da nova gestão.
Embora o senador Aécio Neves (PSDB-MG) apareça na foto do encontro, ele não participou da conversa com Temer e Renan. O tucano e os peemedebistas marcaram uma reunião entre os três para a próxima semana. Nos últimos dias, interlocutores têm dito que Temer que levar "o PSDB inteiro" para o governo e o senador José Serra (SP) é um dos tucanos mais cotados para assumir uma pasta de relevância.
Já fora da reunião, Aécio declarou a jornalistas que não há obstáculo por parte do PSDB para que Temer forme um governo com tucanos. O senador mineiro disse que seu partido não vai "vetar nomes".
“Se ele [Temer] procurar cargos no PSDB, reitero que não vamos criar dificuldades para que forme um governo de qualidade, mas não condicionamos, em nenhum momento, o apoio a essa agenda emergencial para o Brasil a uma participação no governo”, disse Aécio. “Não vamos vetar nomes”, completou.
Já a conversa entre Renan e Temer reaproximou os peemedebistas, que vinham trocando acusações públicas nos últimos meses e chegaram a disputar a hegemonia dentro do partido. O vice e o senador falaram por quase duas horas na residência oficial do Senado e chegaram a trocar alguns elogios.
"Michel, nós tivemos mais convergências do que divergências”, declarou Renan, sendo prontamente respondido por Temer: “Claro, você sempre me ajudou Renan. Quero que você continue me ajudando e veja como você pode fazer isso”.
O presidente do Senado repassou, inicialmente, ao vice a previsão estimando para o dia 11 de maio, daqui a 15 dias, a votação do afastamento de Dilma, data que marcaria a mudança de Temer para o prédio principal do Palácio do Planalto. Ambos avaliaram, ainda, que o mais prudente é que o governo federal fique distante das eleições municipais para "não desgastar o governo logo no início".
Temer também fez um pedido a Renan: que ele convoque uma sessão do Congresso Nacional para votar a nova mudança na meta fiscal até o dia 20 de maio. Renan concordou. Contra a proposta está o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que se recusa a analisar a proposta antes que o Senado decida pelo afastamento da presidente da República.
Logo após a reunião, os três posaram para fotos. Diante dos pedidos dos fotógrafos de "Presidente! Presidente!" para que Temer olhasse para a câmera, o vice foi rápido e não caiu na "pegadinha". "Presidente é ele", respondeu Temer, apontando para Renan Calheiros, que é presidente do Congresso Nacional.
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