Além disso, há mais crianças no mundo com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) do que com Aids, câncer e diabetes juntos
por
Yuri Abreu
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Neste sábado, dia de 2 de abril, é
comemorado o Dia Mundial de Conscientização do Autismo. A data foi
escolhida pela Organização das Nações Unidas (ONU) como forma de
conscientizar as pessoas sobre o tema. De acordo com a Organização
Mundial da Saúde (OMS), cerca de 2 milhões de brasileiros são atingidos
pela síndrome que afeta, principalmente, a comunicação, a capacidade de
aprendizagem e a interação social com outras pessoas.
Além disso, há mais crianças no mundo com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) do que com Aids, câncer e diabetes juntos. Não existem dados específicos com relação ao estado da Bahia, mas uma pesquisa nacional divulgada em 2013 estimava que quase 330 mil pessoas possuíam a síndrome em toda a Região Nordeste do país. Segundo um estudo internacional de 2014, uma em cada 68 crianças é autista.
“Eles possuem muita dificuldade em se expressar. Por exemplo, se eles estão com sede e querem beber água, não conseguem dizer. Muitos pegam os pais pela mão e os levam até o bebedouro”, disse Rogério Gomes, coordenador do Centro Pestalozzi de Reabilitação, vinculada a Fundação José Silveira (FJS).
Segundo ele, há dois tipos de autismo em que os pais devem ficar atentos. Um deles é o leve, quando a criança tem práticas incomuns – como se vestir obrigatoriamente em uma ordem específica – ou comportamentos repetitivos – torcer a mão ou os dedos. “Já nos severos, a criança é incapaz de interagir e se comunicar, não reconhece sentimentos e realiza constantemente repetições de movimento”, falou Gomes.
Para o coordenador, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de uma criança autista levar uma “vida normal”. “Os primeiros sinais já podem ser percebidos logo aos dois anos de idade, principalmente quando a criança não olha nos olhos, tem fixação por objetos, não dá a devida função aos brinquedos e não possui capacidade de imaginação que teriam outras crianças”, contou.
Atualmente, o centro é o único no estado especializado no setor de reabilitação. Ainda existe a Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-BA), mas que é voltada, segundo ele, para a parte pedagógica. O Pestalozzi atende cerca de 90 crianças com idades até sete anos.
Uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de diversas áreas fazem uma avaliação individual para detectar as principais dificuldades de cada criança. “Nosso objetivo é fazer com que ela tenha o máximo de autonomia. Fazemos atividades para desenvolver uma forma alternativa de comunicação, além da integração sensorial”, relatou Rogério Gomes.
DESCONHECIMENTO
Por enquanto, mesmo com os avanços da ciência, ainda não sabem as causas que levam a criança a desenvolver o autismo. Algumas pesquisas estão sendo realizadas no sentido de se descobrir os motivos, desde a alimentação, principalmente com relação ao consumo excessivo de glúten. Já outros estudos apontam que o componente genético pode tornar a criança mais propensa a desenvolver a síndrome.
E é justamente essa falta de conhecimento com que faz com que as pessoas tenham preconceito com o portador do autismo. “Não é ele que tem que se moldar à sociedade e sim ao contrário. Temos um exemplo de uma mãe, que mora no interior, que conseguiu organizar a escola onde o filho estuda para que os outros colegas pudessem entender a realidade dele. Um ambiente adequado é fundamental para o desenvolvimento da criança”, afirmou Rogério Gomes.
Ainda segundo ele, vive no imaginário de muitas pessoas o fato de que o autismo é até mesmo contagioso. “Tem gente que diz que a criança é mal educada, por conta da sua hiperativdade, além de pensarem que é uma pessoa agressiva. Nós, por outro lado, procuramos estimular as mães a sair com os seus filhos para lugares públicos, através de um programa aqui no nosso centro. A inserção deles na sociedade é fundamental e a família precisa estar envolvida e ser preparada para isso”, disse.
Além disso, há mais crianças no mundo com o Transtorno do Espectro Autista (TEA) do que com Aids, câncer e diabetes juntos. Não existem dados específicos com relação ao estado da Bahia, mas uma pesquisa nacional divulgada em 2013 estimava que quase 330 mil pessoas possuíam a síndrome em toda a Região Nordeste do país. Segundo um estudo internacional de 2014, uma em cada 68 crianças é autista.
“Eles possuem muita dificuldade em se expressar. Por exemplo, se eles estão com sede e querem beber água, não conseguem dizer. Muitos pegam os pais pela mão e os levam até o bebedouro”, disse Rogério Gomes, coordenador do Centro Pestalozzi de Reabilitação, vinculada a Fundação José Silveira (FJS).
Segundo ele, há dois tipos de autismo em que os pais devem ficar atentos. Um deles é o leve, quando a criança tem práticas incomuns – como se vestir obrigatoriamente em uma ordem específica – ou comportamentos repetitivos – torcer a mão ou os dedos. “Já nos severos, a criança é incapaz de interagir e se comunicar, não reconhece sentimentos e realiza constantemente repetições de movimento”, falou Gomes.
Para o coordenador, quanto mais cedo o diagnóstico for feito, maiores são as chances de uma criança autista levar uma “vida normal”. “Os primeiros sinais já podem ser percebidos logo aos dois anos de idade, principalmente quando a criança não olha nos olhos, tem fixação por objetos, não dá a devida função aos brinquedos e não possui capacidade de imaginação que teriam outras crianças”, contou.
Atualmente, o centro é o único no estado especializado no setor de reabilitação. Ainda existe a Associação de Amigos do Autista da Bahia (AMA-BA), mas que é voltada, segundo ele, para a parte pedagógica. O Pestalozzi atende cerca de 90 crianças com idades até sete anos.
Uma equipe multidisciplinar composta por profissionais de diversas áreas fazem uma avaliação individual para detectar as principais dificuldades de cada criança. “Nosso objetivo é fazer com que ela tenha o máximo de autonomia. Fazemos atividades para desenvolver uma forma alternativa de comunicação, além da integração sensorial”, relatou Rogério Gomes.
DESCONHECIMENTO
Por enquanto, mesmo com os avanços da ciência, ainda não sabem as causas que levam a criança a desenvolver o autismo. Algumas pesquisas estão sendo realizadas no sentido de se descobrir os motivos, desde a alimentação, principalmente com relação ao consumo excessivo de glúten. Já outros estudos apontam que o componente genético pode tornar a criança mais propensa a desenvolver a síndrome.
E é justamente essa falta de conhecimento com que faz com que as pessoas tenham preconceito com o portador do autismo. “Não é ele que tem que se moldar à sociedade e sim ao contrário. Temos um exemplo de uma mãe, que mora no interior, que conseguiu organizar a escola onde o filho estuda para que os outros colegas pudessem entender a realidade dele. Um ambiente adequado é fundamental para o desenvolvimento da criança”, afirmou Rogério Gomes.
Ainda segundo ele, vive no imaginário de muitas pessoas o fato de que o autismo é até mesmo contagioso. “Tem gente que diz que a criança é mal educada, por conta da sua hiperativdade, além de pensarem que é uma pessoa agressiva. Nós, por outro lado, procuramos estimular as mães a sair com os seus filhos para lugares públicos, através de um programa aqui no nosso centro. A inserção deles na sociedade é fundamental e a família precisa estar envolvida e ser preparada para isso”, disse.
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