MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quarta-feira, 4 de novembro de 2015

Lula e Dilma erraram em apoiar Scioli na Argentina


Lula aseguró “Yo hincho para que gane Scioli” | M24 Digital
Lula prejudicou a campanha de Scioli
Pedro do Coutto
Sem dúvida alguma, o ex-presidente Lula e a presidente Dilma Rousseff erraram – e muito – ao apoiarem o candidato Daniel Scioli às eleições para presidente da Argentina. Lula chegou a participar de manifestação pública em Buenos Aires ao lado do candidato e da presidente Cristina Kichner. Dilma Rousseff recebeu Scioli numa audiência reveladora de seu apoio, no Palácio do Planalto. Ambos esqueceram um aspecto essencial: nenhum eleitorado do mundo aceita bem a intromissão de líderes estrangeiros no caminho das urnas de seu país. Assim, ao invés de acrescentar votos, acabaram retirando sufrágios em favor do candidato. No primeiro turno ele alcançou 36 pontos contra 34 de Maurício Macri, o candidato da oposição e 10 pontos em favor de Sérgio Massa que se afirma peronista ortodoxo. Em conseqüência, o desfecho conduziu à decisão final no segundo turno.
Só que as pesquisas para o segundo turno estão indicando a vitória de Macri para a Casa Rosada, uma vez estar obtendo o apoio de Sérgio Massa. A voz das ruas, de acordo com as pesquisas, apresenta Macri, agora, bem à frente de Sciolli. Macri também se alinha entre os peronistas, porém se apresenta como reformador moderado e líder da oposição à presidente Cristina. O segundo turno está marcado para 22 de novembro, mas Scioli na entrevista a Rodrigo Cavalheiro, correspondente de O Estado de São Paulo em Buenos Aires, edição de segunda-feira apresenta sinais de alarme quanto às perspectivas de sua vitória.
RETROCESSO?
Na entrevista a Cavalheiro, Scioli procurou deslocar a disputa para o plano internacional sustentando existir ameaça de retrocesso na América Latina se vier a perder a eleição. Acusou Macri de ser um candidato conservador e contrárIo ao que chamou de geopolítica regional. Scioli acrescentou que seu adversário é contra a integração econômica no continente. Enquanto isso, Macri, na frente nas pesquisas, empenha-se por reforçar ser o candidato de oposição ao atual governo. O resultado inicial das urnas foi contrário a Scioli sobretudo porque a situação perdeu as eleições para o governo de Buenos Aires. Anibal Fernandez foi derrotado pela candidata apoiada por Maurício Macri, Maria Eugenia Vidal. Os oposicionistas venceram, assim, não só no reduto tradicionalmente peronista, mas também que abrange 37% de todo o eleitorado argentino.
Além disso, Macri se beneficia de uma divisão interna surgida na corrente kirchnerista. O que dá margem a pensar que a tendência até o dia 22 seja a de que a vantagem de Macri se amplie. Mas esta é outra questão. O aspecto essencial, sob o ângulo brasileiro, destaca a impropriedade e a inoportunidade do apoio revelado por Lula e Dilma Rousseff à campanha pela presidência da Argentina.
INTROMISSÃO
Como se sentiria o eleitorado brasileiro se líderes políticos argentinos se intrometessem no debate político do nosso país? Certamente a intervenção teria efeito negativo, como é natural. Por falar em efeito negativo, a mesma reportagem de O Estado de São Paulo assinala o entusiasmo do ex-presidente Fernando Henrique Cardoso com o rumo da decisão da Argentina. FHC afirmou que Macri deve firmar uma aliança clara com Sérgio Massa no segundo turno. A diferença entre as posições de Lula e Dilma de um lado e de FHC de outro destacam-se principalmente pelo fato do acordo Macri-Massa já se ter configurado.
FHC chegou tarde na campanha. Lula e Dilma chegaram cedo demais.

Nenhum comentário:

Postar um comentário