Vai ver Edson Ribeiro se apaixonou pela personagem picareta, que serve a criminosos, em vez de defendê-los
Edson
Ribeiro, ex-advogado de Nestor Cerveró, foi preso nos EUA, segundo a
Polícia Federal. Algum abuso nisso? Alguma forma, ligeira que seja, de
constranger o exercício da profissão?
A
resposta, definitivamente, é “não”. Advogados não têm licença para
cometer crimes, ainda que possam ser defensores de criminosos, já que
todo mundo tem, e deve ter, direito a um advogado.
O que a
gravação que veio a público evidencia é que o sr. Edson Ribeiro
arquitetava, em companhia de Delcídio Amaral, a fuga de Cerveró. E se
pode dizer, vejam que estupefaciente!, que, a partir de determinado
momento, já nem se tratava de tentar atender a um desejo do seu cliente.
Tudo indica que o próprio Ribeiro é que estava tentando articular a
alternativa, em companhia do senador, para oferecer ao ex-diretor da
Petrobras.
No
despacho em que determinou as prisões, o próprio ministro Teori Zavascki
deixa claro que o tal Ribeiro mandou às favas seu cliente e passou a
trabalhar para o senador. Escreve o ministro: “O advogado Edson Ribeiro
passou efetivamente a proteger os interesses do senador Delcídio
Amaral”.
E foi o
que percebeu Bernardo Cerveró, o filho de Nestor, razão por que decidiu
fazer um acordo com o Ministério Público e gravar as conversas.
O papo se
desenvolve com incrível desassombro. Ao tratar da fuga de Cerveró,
Ribeiro afirma que já retirou investigados do país. Pelo tom, nota-se
que fala como uma ponta de orgulho, como a exibir suas especiais
habilidades.
O homem
diz ainda que pretende anular várias delações da Lava Jato, embora não
fique claro de quais instrumentos disporia para tanto.
Ora, meus
caros, é óbvio que um advogado não tem licença para se comportar dessa
maneira. Ele não estava dizendo que seu cliente é inocente ou, sei lá,
que as coisas não são como dizem os acusadores etc e tal. Isso é papel
de um advogado.
Nada
disso! A operação da qual ele participou buscava impedir que alguns
crimes da Lava-Jato viessem à luz. Mais: ele se ofereceu para receber o
dinheiro que o banqueiro André Esteves daria para financiar a fuga de
Cerveró primeiro para o Paraguai e, depois, para a Espanha. No total,
seriam R$ 4 milhões.
Vai ver
Ribeiro andou assistindo muito ao seriado “Breaking Bad” e se deixou
seduzir pelas larguezas éticas do advogado picareta Saul Goodman…
Nenhum comentário:
Postar um comentário