O
general Paulo Chagas é oficial da reserva do exército brasileiro e
atuante opositor do atual governo. No site da ONG Ternuma (Terrorismo
Nunca Mais), do qual é presidente, são rotineiros os artigos com
críticas ácidas a Dilma, seus ministros e o governo como um todo.
Confira
abaixo o texto mais recente assinado pelo General Paulo Chagas,
publicado no portal oficial a ONG Ternuma, no qual Chagas não pouca
“artilharia” contra Dilma e seu mais novo Ministro da Defesa, Aldo
Rebelo, criticando a entrega da pasta a apadrinhados políticos.
Intitulado ‘Os diplomatas, o ministro e o general’, o texto tem o seguinte teor:
Desde
a criação do Ministério da Defesa (MD), tenho dito que a chefia desta
pasta deveria ser confiada a um Diplomata. Continuo a pensar assim,
apesar das duas experiências desastrosas que tivemos com José Viegas e
Celso Amorim.
Julgo que,
sendo a Defesa uma componente da Política Externa, nada mais lógico do
que colocar no MD um Embaixador comprometido por vocação, formação e
princípios, unicamente, com os interesses do Brasil, como são, pelas
mesmas razões, os militares.
Da
mesmo forma e por coerência, os Ministros da Defesa deveriam ser
compelidos a proceder com as mesmas restrições lógicas que disciplinam o
comportamento dos militares, isto é, deveriam restringir sua atuação e
manifestações políticas aos temas que envolvem os interesses
corporativos e profissionais das instituições militares e sua missão
constitucional: defesa da Pátria, garantia do cumprimento das leis e
manutenção da ordem interna.
Estas
condicionantes explicam o fracasso das duas escolhas citadas,
porquanto, ambos, tinham vínculos partidários e ideológicos com os
governos a que serviam, e, como Ministros da Defesa, não tinham
convicções e comportamento assemelhados aos dos militares, ou seja, não
tinham o Brasil acima de tudo, mas o partido, suas propostas e seus
compromissos ideológicos!
Assim
pensando, em que pese o comportamento histórico do político Aldo Rebelo
em defesa dos interesses militares no Congresso Nacional, o que lhe
permitiu, muito justamente, integrar a “tropa amiga” naquela
instituição, julgo patética, descabida e incoerente a sua participação
na propaganda eleitoral do seu partido, o PC do B.
Embora
sendo membro efetivo, e também histórico, do desgoverno que destruiu o
Brasil e que, consequentemente, colocou em xeque todos os projetos
estratégicos do seu Ministério, o Sr Aldo Rebelo, ao permitir-se
participar de uma investida contra a verdade, já como Ministro da
Defesa, dá provas de que, em sua escala de valores, o partido e a
ideologia competem com os interesses do Brasil, contrastando com o
exemplo que se espera de um brasileiro investido dessa função!
Apesar
da sua reconhecida e louvável atuação parlamentar em benefício das
causas dos profissionais das armas, comportar-se mais como político do
que como Ministro da Defesa – pasta que visa a ser reconhecida como
“órgão de Estado”, integrador da segurança e da defesa nacionais, e que
pretende coordenar o esforço integrado e a direção superior das FFAA -,
além de depor contra o elevado conceito de “tropa amiga” do Ministro
Aldo Rebelo, abre precedente para que os homens e as mulheres que
empunham as armas da Nação, apesar do controle e da disciplina a que são
necessariamente submetidos, sintam-se “autorizados” a agir da mesma
forma em defesa dos valores patrióticos que os fizeram ser, antes de
mais nada, Soldados da Pátria!
Aí
reside, provavelmente, a razão dos oportunos comentários, avisos e
alertas preventivos feitos pelo Gen Antônio Hamilton Mourão Martins aos
seus comandados durante sua profícua passagem pelo Comando Militar do
Sul, pois, se um Ministro da Defesa se permite propalar as propostas
ideológicas do seu partido e fazer propaganda enganosa de um governo
falso e desonesto, porque um General de Exército, em qualquer função,
deveria negligenciar do dever profissional de alertar seus comandados
para as ameaças, até de emprego militar, que visivelmente pairam sobre a
Nação?
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