Foi patética a apresentação do ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, na CPI da Petrobras. Jamais deveria ter sido aprovada a convocação. Uma brutal perda de tempo. O ministro serve ao governo e tudo o que disse era de interesse do governo. E ninguém poderia contraditá-lo, porque ele já foi deputado federal, era muito querido no plenário, fez amigos em outros partidos, vejam que situação transversa, como se dizia antigamente.
Todas as declarações eram mais do que óbvias, facilmente previsíveis. Dizer que o candidato não pode ser responsabilizado por doação ilegal, se for feita sem seu conhecimento, é uma espécie de Habeas Corpus preventivo para Dilma Rousseff ou qualquer outro. Basta dizer que não sabia de nada, culpar o tesoureiro, e o candidato fica inimputável. Era só oque faltava.
E AS GROSSERIAS?
Cardozo aproveitou para desculpar a presidente Dilma Rousseff pelas ofensas que fez a ele, repletas de palavrões, em reunião com outros ministros e líderes petistas. Disse que as grosserias foram inventadas por participantes da reunião realizada no Planalto, vejam a que ponto caiu esse ministro.
Por fim, admitiu que não lhe cabe determinar o que a Polícia Federal tem de fazer, concordando com a inoportuna e desafiadora entrevista que o diretor-geral da Polícia Federal, delegado Leandro Daiello, deu recentemente ao Estadão, quando afirmou que a corporação faz o trabalho dela e o ministro não pode interferir.
NÃO PODEM PERDER O EMPREGO
Cardozo vive hoje a mesma situação de alguns ministros bem próximos à presidente da República, que estão disputando hoje o troféu “Homens Sem Visão”. No início do ano passado, quando as pesquisas de opinião davam a Dilma Rousseff extraordinário índices de apoio popular, tudo indicava que ela ganharia com folga e eles resolveram não concorrer às eleições. Propositadamente, deixaram passar o prazo fatal de desincompatibilização (seis meses antes do primeiro turno da eleição) e perderam o direito de se candidatarem.
Quando o movimento “Volta, Lula” empolgou o PT, esses ministros ficaram ao lado de Dilma, ajudando-a a resistir à pressão de Lula, que jamais os perdoará por isso. Aloizio Mercadante, Ricardo Berzoini, Miguel Rossetto, José Eduardo Cunha, Ideli Salvatti, Miriam Belchior, Edinho SIlva e Paulo Bernardo, entre outros, formaram esse núcleo duro de Dilma.
Agora, estão surpreendidos com a derrocada da presidente, não sabem o que fazer, vivem sendo ridicularizados por Lula, é um inferno. Se perderem os cargos no governo, onde irão trabalhar. Ficarão como Mantega e Vaccarezza, sonhando em abrir consultorias, quando este altamente rentável ramo do petismo já está completamente naufragados?
Este é o maior problema de Cardozo. Diz que vai deixar o ministério em setembro. Será mesmo? Há controvérsias, como diz o genial comediante Francisco Milani.
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