O ex-diretor da Petrobras Renato Duque demonstrava nesta semana que, se
chegar a um acordo com o Ministério Público para fazer delação
premiada, poderá envolver novos nomes nos depoimentos que prestará à
Justiça. Os recados chegaram a dirigentes do PT. Duque tem dito a
interlocutores que têm acesso a ele que poderá citar até mesmo a
expresidente da Petrobras Graça Foster em depoimentos que eventualmente
prestar aos procuradores. Ela é amiga pessoal da presidente Dilma
Rousseff. O nome de Graça Foster não apareceu até agora em nenhuma das
18 delações nem em documentos coletados pela polícia e pelos
procuradores que se tornaram públicos. Foi na gestão dela que os
investigados por corrupção foram demitidos ou perderam poder. Na época
em que pediu demissão, a expresidente foi enfaticamente defendida, entre
outros, pela própria Dilma Rousseff. A intenção manifestada por Duque,
por isso mesmo, é vista como tentativa de retaliação à expresidente da
Petrobras, que teria bloqueado o esquema de corrupção na estatal. Ainda
que ele não aponte nada de concreto contra ela, a simples menção do nome
da exdirigente cumpriria a função de submetêla a constrangimento.
Duque também estaria disposto a falar de parlamentares do PT que já
foram citados em outras delações. (Môniva Bergamo)
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