Mulher luta na Justiça para receber medicamento, que é importado da Polônia
Medicamento de menina custa cerca de U$S 500
(Foto: Arquivo Pessoal) |
A
corretora de imóveis Daniela Franco, 41 anos, tem lutado bastante para
conseguir melhorar a saúde da filha de 13 anos, Gisela, que mora em
Porto Alegre, no Rio Grande do Sul.
A menina sofre de Mucopolissacaridose tipo IIIB, uma
doença crônica e progressiva que pode lhe tirar a capacidade da fala e
da visão e até levá-la à morte.
Também conhecida como Síndrome de Sanfilippo, a
doença é causada pela deficiência de uma enzima e se manifesta
principalmente no sistema nervoso central.
A
síndrome causa atraso no desenvolvimento, retardo mental e alterações
no comportamento. Em entrevista ao G1 Rio Grande do Sul, a mãe contou
que a idade mental da menina equivale a de uma criança de cinco anos.
DescobertaA
síndrome foi descoberta em 2009. Na época, os médicos disseram que
Gisela só viveria até os 20 anos. Três anos depois, a família ganhou na
Justiça o direito de ter um medicamento importado da Polônia custeado
pelo estado.
O Soyfem contribuía para
diminuir os efeitos da síndrome. Entretanto, o Estado do Rio Grande do
Sul parou de custear o remédio e, desde então, Daniela luta na Justiça
para voltar a receber o medicamento de forma gratuita.
A
mãe informou ao G1 que, para cada remessa do remédio, são necessários
US$ 500 (cerca de R$ 1500). A família passa por dificuldades e não tem
condições de custear o tratamento, que não está mais na lista dos
fornecidos pelo Sistema Único de Saúde (SUS).
Gisela tem doença crônica há seis anos
(Foto: Arquivo Pessoal) |
Medicamento
Desesperada, a gaúcha chegou a vender as próprias roupas para pagar pelo Soyfem. "Não posso esperar mais. Sem o tratamento, ela pode piorar, parar de andar, de enxergar", disse Daniela.
Desesperada, a gaúcha chegou a vender as próprias roupas para pagar pelo Soyfem. "Não posso esperar mais. Sem o tratamento, ela pode piorar, parar de andar, de enxergar", disse Daniela.
Atualmente,
Gisela consegue ir a uma escola municipal, dedicada a alunos com
necessidades especiais, e conviver com os colegas, o que não seria
possível com a ausência do medicamento, pois sua saúde estaria mais
debilitada.
"A Justiça alega que o medicamento não tem nota
fiscal padrão, que não há mais de um orçamento e que há problemas na
forma de pagamento, que só pode ser feita por cartão de crédito. Mas
como vou dar mais de um orçamento se só existe esse laboratório na
Polônia que faz?", disse ao G1.
O G1
entrou em contato com o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul que,
por meio de sua assessoria de imprensa, afirmou que como o processo
corre em segredo de justiça não pode dar mais detalhes sobre o caso.
Problemas financeirosA
corretora de imóveis separou roupas suas, de Gisela e da filha mais
velha, Pietra, 15 anos, para vender e conseguir pagar pelo tratamento. A
ideia é criar uma página na internet e colocar as peças à venda.
Segundo
o G1, Daniela também tem economizado na própria medicação da filha. A
menina precisaria tomar 36 comprimidos por dia, contudo, com medo de que
o remédio acabe, a mãe só tem dado cerca de 24.
A
última remessa do Soyfem foi comprada com a ajuda de um amigo da
família, e Daniela agora tenta um empréstimo para reembolsar o valor.
"Meu pai vendeu até um terreno que tinha na praia, quando descobrimos a
doença. Agora são as roupas, mas vou vender o que precisar. Eu estou com
aluguel atrasado, estou devendo. Vivo de empréstimos para que eu possa
tratar minha filha", disse ao G1.
Mãe decidiu vender roupas para pagar pelo tratamento
(Foto: Arquivo Pessoal) |
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