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A 18 meses do final de seu mandato à frente dos Estados Unidos, Barack Obama fez mais um gesto simbólico ao ser o primeiro presidente no cargo a visitar uma prisão federal nesta quinta (16) em Oklahoma.
No esforço de aliviar a superlotação das cadeias americanas e melhorar a condição de encarceramento de condenados a crimes menos graves, Obama vem defendendo o direito dessas pessoas de reingressar na sociedade e no mercado de trabalho.
Segundo a agência Associated Press, depois da visita, o presidente disse que conheceu jovens presidiários que tinham cometido erros parecidos com os que ele mesmo cometeu na juventude, com a diferença de que os presos não tiveram recursos para que "sobrevivessem" a seus enganos.
Nesta semana, ele comutou a pena de 46 presidiários. Em entrevista na quarta (15) na Casa Branca, disse que vem "pensando muito no assunto". Para muitos crimes não violentos relacionados a drogas as sentenças são "completamente desproporcionais", afirmou.
Na véspera ele havia dito que os presos "também são americanos" e não deve ser sujeitados a tratamento desumano.
Obama mantém, assim, os holofotes acesos para a defesa de seu legado.
A visita à prisão de segurança média El Reno, em que Obama se encontrou com o diretor da unidade e alguns presos, fará parte de um documentário sobre o sistema criminal do site "Vice" que vai ao ar na "HBO" ainda este ano.
Sua postura muda o tratamento dispensado ao tópico pela Casa Branca nas últimas décadas.
Mais de 2,2 milhões de pessoas estão presas, quatro vezes mais do que em 1980, segundo o governo americano.
E surte efeito inclusive retroativo. Ciente da necessidade de mudar o discurso em nome da pré-candidatura presidencial da mulher, Hillary, também o ex-presidente Bill Clinton se disse arrependido de ter assinado a lei que praticamente dobrou o número de presidiários desde que ele deixou a Casa Branca, há quase 15 anos.
Os EUA têm menos de 5% da população mundial, mas 25% da população carcerária do mundo. E 60% dos presos nos EUA têm origem hispânica e africana.
A Casa Branca contabiliza em US$ 80 bilhões o montante gasto para manter essa população encarcerada. Seria possível universalizar a pré-escola para todas as crianças de 3 e 4 anos nos EUA com esse dinheiro, comparou o governo. (Folhapress)
Líder se irrita com jornalista em coletiva
O presidente dos EUA, Barack Obama, demonstrou impaciência durante uma coletiva na quarta-feira (15), dizendo ao jornalista Major Garrett, da CBS News, que ele "deveria ter bom senso" depois de questioná-lo sobre quatro americanos que estão presos no Irã.
"Como o senhor bem sabe, há quatro americanos no Irã: três deles presos sob acusações falsas, segundo sua administração, e outro cujo paradeiro é desconhecido, disse Garrett.
"Você poderia dizer ao país, senhor, por que está contente com toda a fanfarra em torno deste acordo [nuclear com o Irã], a ponto de deixar de fora a consciência e a força desta nação no que diz respeito a esses quatro americanos?", acrescentou.
Irritado, o líder americano repreendeu o jornalista: "A ideia de que eu estou contente, celebrando enquanto cidadãos americanos perecem em prisões iranianas (...) não faz sentido e você deveria ter bom senso".
"Eu encontrei as famílias de alguns deles, ninguém está contente. Nossos diplomatas e nossas equipes estão trabalhando diligentemente para tentar libertá-los", afirmou. (Folhapress)
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