Estiagem prejudica a avicultura na região Agreste de Pernambuco

Quase 30 municípios da região produzem 45% dos ovos e carne de frango.
Empresários reclamam do aumento do custo da produção e buscam soluções.

Do G1 Caruaru

Esteira transporta ovos até a embalagem
(Foto: Reprodução/ TV Asa Branca)

A estiagem tem atingido a criação de aves no interior de Pernambuco. O Agreste, contando Garanhuns e outros 28 municípios criadores de frango, produz o correspondente a 45% de ovos e carnes da ave no estado, conforme mostrou o ABTV 2ª Edição. Os criadores têm reclamado do aumento do custo da produção.
Em uma granja de Angelim, todos os dias são recolhidos 350 mil ovos. A saca de 60 quilos de milho para alimentar as aves custa R$ 35. Em outros tempos, já foi comprada por R$ 30. Já a tonelada de soja, que está no período de safra, custa R$ 1.200. Antes, era R$ 700.
Com os custos, que variam de acordo com o mercado, a bandeja com 30 ovos custa R$ 6 para ser produzida. Há menos de seis meses, custava R$ 4. A consequência disso é o preço que chega mais alto para o consumidor.
Mesmo com a crise econômica, foi preciso investir em tecnologia para aumentar a produção, que foi automatizada com uma esteira que transporta os ovos até a embalagem. "Assim, a gente conseguiu diluir o custo em um volume maior de ovos produzidos", relata Emanuel Rocha, dono do estabelecimento.
Em outra granja, que trabalha com a venda de frangos vivos, foi preciso diminuir a quantidade de aves em 20% devido ao custo da produção. Por semana, 65 mil animais são vendidos. Há dois meses, eram cerca de 80 mil. "A avicultura tem sofrido muito com essa caída", conta o empresário Rodolfo Notaro.
Para o presidente da Associação Avícola de Pernambuco (Avipe), Edival Veras, a falta de chuvas alinhada ao aumento do preço dos grãos, como milho e soja, além do aumento do diesel e do frete, tem contribuído com o prejuízo. "Na realidade, quando nós temos uma falta d'água, corremos o risco de diminuir a produção e com isso ter uma escassez do produto".