Crise econômica gera demissões no mercado de trabalho no Pará

Dieese afirma que 32 mil pessoas foram demitidas no primeiro quadrimestre
Setor do comércio foi o que mais sentiu os efeitos da crise.

Do G1 PA

Os efeitos da crise econômica do país já são sentidos no mercado de trabalho no Pará com o aumento no número de demissões. Segundo uma pesquisa realizada pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PA), somente nos quatro primeiros meses deste ano, mais de 32 mil pessoas foram demitidas no estado.

O saldo negativo nas contratações é percebido quando se compara o número de admissões e demissões de janeiro a abril de 2014 com o mesmo período de 2015:  este ano foram 1.604 postos de trabalho a menos.
"Isso é reflexo de uma crise econômica nacional e que está batendo muito forte na economia nacional e na economia do Pará, além dos juros altos, preços mais altos e queda de poder aquisitivo", justiça o supervisor técnico do Departamento, Roberto Sena.
A estudante Alcilene Cardoso já sentiu os efeitos da crise. Após trabalhar quatro anos como funcionária de uma rede de farmácias de Belém, ela foi demitida na última segunda-feira (1º).
"O salário vai fazer falta; como eu tenho filho, me ajudava a pagar plano de saúde para ele, alimentação e na faculdade", revela.
De acordo com a pesquisa, o setor mais afetado é o do comércio, com mais de 7.500 demissões. Este é o terceiro ano de queda no emprego formal nos comércios varejista e atacadista no Pará.
"Com essa situação, estão tendo que se fazer demissões. Algumas lojas ou estão fechando filial ou fechando o próprio negócio porque a queda de vendas é significativa", afirma Joy Colares, representante do Sindicato dos Lojistas.