MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 27 de junho de 2015

ACM Neto enfurece os petistas ao dizer que ficaram ricos no poder


Petistas, como Jorge Solla, reagiram e chegaram a chamar o prefeito de "cínico"

por
David Mendes
Publicada em TRIBUNA DA BAHIA
Que uma campanha política hoje no Brasil custa cifras milionárias e um candidato para vencer tem que ter muitos recursos, até os mais avessos à política têm noção. O problema é transferir dinheiro público, que deveria ser usado para garantir acesso da população à saúde, educação e segurança pública, para tentar chegar ao poder ou se perpetuar nele.
A acusação foi feita ontem pelo prefeito de Salvador, ACM Neto (DEM), que acusou o PT de vencer eleições com dinheiro público desviado de esquemas como o “mensalão” e o “petrolão”.
“O dinheiro público poderia ser investido e foi pelo ralo da corrupção para alimentar campanhas políticas do PT. Agora, a gente começa a entender por que o PT ganhou tantas eleições nos últimos anos no Brasil, além do enriquecimento pessoal de muita gente”, acusou o democrata, em entrevista à Rádio Metrópole.
Para o gestor soteropolitano, que acusou o PT de ter perdido a noção do público e do privado, os escândalos revelados pela Operação Lava Jato, que investiga esquemas de corrupção na Petrobras, os deixam cada vez mais “perplexos”.
“Em comum a tudo isso, só existe uma coisa, infelizmente, que é a presença de pessoas do Partido dos Trabalhadores envolvidas em todos esses principais escândalos”, condenou ACM Neto.
O democrata ainda lembrou que mesmo após o escândalo de corrupção no primeiro governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), os petistas não aprenderam a lição. “Depois que o mensalão colocou petistas na cadeia, pensamos que o PT iria aprender a lição, mas não”, alfinetou.
As declarações causaram a ira de diversos petistas baianos que reagiram à ofensiva do prefeito de Salvador.
O deputado federal Jorge Solla (PT) foi o mais duro. Além de chamar o prefeito de “cínico”, atacou o avô do político, o ex-senador Antônio Carlos Magalhães, morto em 2007. “Ele [ACM Neto] precisa antes explicar para a Bahia como com um salário de funcionário público seu avô acumulou a fortuna que hoje está nas mãos de seu pai e que ele receberá como herança”, disparou Solla.
O deputado petista, que comandou a Secretaria Estadual da Saúde (Sesab) durante o governo Jaques Wagner (PT), ainda desafiou ao prefeito a comparar a evolução patrimonial nos últimos 30 anos dos deputados federais do PT da Bahia com os dos parlamentares do DEM baiano.
“Sou médico, como era o ex-senador [ACM], e sou político, como ele também foi. Agora olha para o meu patrimônio e olha a fortuna que Neto herdará do avô. São mais de meio bilhão de reais que saíram de alguém que não tinha nada. A diferença é que não aproveitei para abrir hospital quando estive secretário. O ex-senador usou o poder que tinha como Ministro das Comunicações em benefício próprio, para montar um império da TV, rádio e jornal na Bahia”, acusou Solla.
Outro que saiu em defesa dos correligionários foi o líder da oposição na Câmara Municipal de Salvador, vereador Gilmar Santiago (PT).
Em nota enviada para a imprensa, o vereador soteropolitano afirmou que o prefeito não estaria credenciado a falar em “enriquecimento pessoal” de petistas que estão no poder. “Ele fala das pessoas do PT que ficaram ricas, mas ele poderia explicar como ele ficou rico tão cedo. Ao que parece, ficou rico com herança também de familiares que não eram ricos. Pelo menos o avô dele não era rico quando entrou na política”, alfinetou o petista. 
Em uma rápida comparação com o número de vitórias para o governo da Bahia, por exemplo, os democratas – ex-PFL – estão na frente dos petistas. Desde a primeira vitória por meio de eleição direta, o grupo liderado pelo ex-senador ACM até a sua morte já tinha vencido quatro eleições – ACM, Paulo Souto, César Borges e Souto novamente. O PT ganhou as três últimas – Jaques Wagner duas vezes seguidas e Rui Costa no pleito do ano passado.

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