MEDIÇÃO DE TERRA

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MEDIÇÃO DE TERRAS

sábado, 7 de março de 2015

Catadores retiram alimentos do lixo e revendem dentro da Ceagesp


Produtos são comercializados a baixo custo para restaurantes.
Entreposto alega que fiscaliza venda ilegal e apreende mercadorias.

Do G1 São Paulo
Dentro da Ceagesp, o maior entreposto de alimentos do país, na Zona Oeste de São Paulo, catadores pegam frutas, verduras e legumes jogadas no lixo e vendem para donos de restaurantes e mercearias. Durante duas semanas, a reportagem do SPTV flagrou a comercialização ilegal de mercadorias descartadas por comerciantes.
As placas espalhadas pela Ceagesp dizem que é proibido recolher frutas e verduras do lixo. Mas o que mais se vê perto das caçambas são catadores. Um homem que recolhe pimentões de caixas deixadas ao lado das caçambas revela que se ele não pegar a hortaliça, o alimento é jogado fora. “Pimentãozinhos bonzinhos, só cortar. Não tem cheiro de podre nem nada", afirma.
Após vê-lo recolhendo o alimento descartado, a reportagem encontrou o rapaz à espera de clientes dentro da Ceagesp. Quem compra dos catadores está atrás de preço baixo. Nos boxes, a caixa do pimentão amarelo, por exemplo, custa R$25. Os catadores vendem por R$10.
Um dos compradores conta que o produto vai para um restaurante em Carapicuíba, na região Metropolitana de São Paulo. “Para restaurante assim é melhor. Vai comprar nos outros caras é caro demais. Para restaurante você vai chegar e cortar”, justifica.
Os catadores se aproveitam do desperdício. Muita coisa boa vai pro lixo por não atender os padrões exigidos por alguns supermercados e restaurantes. “É que não vende, então eles jogam fora. É que para mercado não serve", explica outro catador.
A Ceagesp tem um programa para evitar que produtos aparentemente ainda bons pro consumo sejam jogados no lixo. O banco de alimentos do entreposto recebe 150 toneladas de produtos todos os meses, a mesma quantidade que vai para o lixo todos os dias.
“A gente pede que o permissionário faça a doação ao banco de alimentos. O volume de pelo menos15 mil quilos todos os dias é difícil de armazenar a sobra, então o descarte acaba acontecendo. Esse alimento quando chega no container não é mais próprio, porque ele já está em contato com o lixo do dia-a-dia”, explicou Edson Ignácio Marin da Silva, gerente da Ceagesp.
A Ceagesp disse que faz fiscalização do comércio irregular e apreende as mercadorias que os catadores retiram do lixo. Mas que não têm como impedir que essas pessoas entrem na área dos armazéns.

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