MEDIÇÃO DE TERRA

MEDIÇÃO DE TERRA
MEDIÇÃO DE TERRAS

quinta-feira, 15 de novembro de 2012

'Entrei no carro pegando fogo', diz porteiro após ataque em SC


Luiz Dárcio, 67 anos, estava em restaurante quando veículo foi queimado.
Adolescentes foram flagrados após incendiarem ônibus em Florianópolis.

Glauco Araújo Do G1 SC

Porteiro Luiz Dárcio Marques, 67 anos, salvou carro em chamas durante ataque em Florianópolis (Foto: Glauco Araújo/G1)Porteiro Luiz Dárcio Marques, 67 anos, salvou carro em chamas durante ataque em Florianópolis (Foto: Glauco Araújo/G1)
"Entrei no carro pegando fogo para salvar o pouco patrimônio que tenho". Foi dessa forma que o porteiro Luiz Dárcio Marques, 67 anos, relatou os momentos de susto que passou durante o ataque a um ônibus na noite desta quarta-feira (14), no Bairro dos Ingleses, em Florianópolis. O veículo dele estava parado perto do ponto na estrada Intendente João Nunes Vieira e foi atingido pelo fogo que destruiu o coletivo.
"Tinha acabado de chegar. Estava me preparando para comer uma buchada com amigos em uma lanchonete que fica ao lado de onde foi o ataque. De repente, as pessoas começaram a gritar e foi uma correria só. Vi meu carro pegando fogo e só pensei em uma maneira de tirar meu carro de lá. Todos os meus documentos pessoais e os do carro estavam dentro dele. Foi horrível", explicou o porteiro.
Paulista, Marques disse que mora em Florianópolis há 16 anos. "Escolhi morar aqui por causa da tranquilidade. Surgiu uma oportunidade de trabalho aqui e não pensei duas vezes em me mudar. Só que as coisas estão mudando por aqui há alguns anos, e para pior."
Outro carro e uma motocicleta, que estavam estacionados perto do ônibus, também foram atingidos pelo fogo. "Vou procurar a empresa de ônibus para saber se há algum seguro para terceiros. Se não tiver seguro, vou procurar um advogado e buscar meus direitos. É dever do governo nos dar segurança. Calculo, por baixo, um prejuízo em torno de R$ 3 mil para consertar meu carro", disse o porteiro.
Local onde estava o carro do porteiro durante o ataque a ônibus no Bairro dos Ingleses, em Florianópolis (Foto: Glauco Araújo/G1)Local onde estava o carro do porteiro durante o ataque a ônibus no Bairro dos Ingleses, em Florianópolis (Foto: Glauco Araújo/G1)
Marcelo Lima guiou ônibus em chamas em Itajaí (Foto: Bianca Ingletto/ RBS TV)Marcelo Lima guiou ônibus em chamas em Itajaí
(Foto: Bianca Ingletto/ RBS TV)
Outro casoDe acordo com o motorista do ônibus, que não quis se identificar, eram 50 passageiros no veículo no momento do ataque. Ele parou o coletivo, abriu a porta e acendeu o pisca alerta. "Os dois homens mandaram todos os ocupantes descer e disseram que não iriam machucar ninguém", disse ele à reportagem da RBSTV. Ninguém ficou ferido.
Arte ataques SC - 15 de novembro vale esta (Foto: Arte/G1)
Desde segunda-feira (12), só na cidade de Itajaí, cinco incêndios foram registrados pelos bombeiros. Quatro carros estacionados na rua e um ônibus, na garagem, foram atingidos com coquetel-molotov.
Ataques no estado
A Polícia Militar de Santa Catarina afirmou, em balanço divulgado na manhã desta quinta-feira, que 31 pessoas foram detidas e 58 suspeitos foram identificados por envolvimento nos ataques realizados há três dias no estado.
Desde segunda (12), primeiro dia de violência, pelo menos 40 ataques foram registrados em 11 cidades catarinenses – Florianópolis, São José, Palhoça, Tijucas, Gaspar, Navegantes, Itajaí, Blumenau, Criciúma, Balneário Camboriú e Itapema. Diversos ônibus, um carro da Polícia Civil e alguns veículos particulares foram incendiados. Também foram disparados tiros contra bases da PM e presídios.
Autoridades de segurança de Santa Catarina apuram a hipótese de que os ataques estejam relacionados a denúncias de maus-tratos em presídios do estado. Segundo o delegado geral da Polícia Civil, Aldo Pinheiro, a principal linha de investigação aponta que há um grupo de presidiários que mantém contato com as ruas e coordena os ataques de dentro das celas. "Mas não podemos detalhar para não atrapalhar as investigações", explicou o delegado.
Sobre a segurança dos usuários de transporte coletivo, o comandante da PM, coronel Nazareno Marcineiro informou que o policiamento usado na escolta dos coletivos foi reforçado nesta quinta-feira para evitar que os motoristas e funcionários das empresas de transporte deixassem de circular durante o feriado.
"Os ataques recentes foram pontuais, locais. Não acredito que tenham sido atos arquitetados por grupos organizados. Trata-se de vandalismo, de ações de oportunistas que querem se aproveitar para fazer bagunça", disse Marcineiro.
Os representantes das empresas de ônibus participaram de uma reunião com o governador Raimundo Colombo, na manhã desta quinta-feira, para cobrar garantias de que poderão circular com os coletivos em segurança.

Nenhum comentário:

Postar um comentário