Defensora questiona MP sobre vínculo em adoção supostamente ilegal.
Crianças foram tiradas de família da BA por determinação da promotora.
"Por que a Doutora Mônia [promotora] nunca falou até hoje? Existe alguma irregularidade? Se o teve, todas as pessoas foram vítimas. Em especial, estas famílias que educaram e amaram seus filhos”, disse a advogada. Lenora conta que uma das mães, que é médica, conheceu a suposta intermediadora, Carmen Topschall, por meio de uma paciente, que a indicou para ajudar a mulher na ida para Monte Santo, onde se iniciou o processo de adoção.
Lenora conta que as famílias conheceram a suposta intermediadora pessoalmente no dia da audiência na cidade baiana. "Esta pessoa daqui [paciente] conhecia a Carmen. Eu não sei que tipo de vínculo elas tinham. Mas ela disse que na eventualidade de não se saber chegar até Monte Santo, que a Carmen poderia ajudá-la a chegar até lá. Porque, querendo ou não, estamos falando do sertão da Bahia, um lugar que não é conhecido”, falou a defensora.
Lenora Panzetti, advogada das famílias de Indaiatuba, durante entrevista na Câmara (Foto: Lana Torres / G1)
Pedido de explicaçãoA advogada pediu explicações ao Ministério Público da Bahia sobre esse vínculo entre a promotora que expediu uma medida protetiva para que as crianças fossem retiradas dos pais biológicos e Carmen, que foi intimada a depor na CPI do tráfico, mas permaneceu em silêncio amparada por um habeas corpus.
“Soubemos que a Dona Carmen Topschall é amiga íntima e pessoal da Doutora Monia. E eu gostaria que os promotores de Justiça de Monte Santo explicassem a todos o porquê disso”, falou. A advogada mencionou, ainda, o fato de a promotora ser casada com o promotor Luciano Ghignone, que fez o pedido de revogação da guarda provisório para que as crianças fossem devolvidas aos pais biológicos. “É um contrassenso”, disse Lenora.
A defesa das três famílias convocou uma coletiva de imprensa, na Câmara Municipal de Indaiatuba nesta tarde, quando todos falaram juntos pela primeira vez. Os pais ficaram em uma sala vedada durante a coletiva para evitar o contato visual com as equipes de reportagem. Eles responderam as perguntas com um microfone, que permitia que a voz deles chegasse à sala da imprensa.
Durante o encontro, a advogada e os pais relataram estar sendo perseguidas e ameaçadas por pessoas que tomaram partido dos pais biológicos. “Eu me sinto uma prisioneira dentro da minha própria casa”, disse uma das mães.
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