Adeptos do couchsurfing participam de encontro às terças-feiras.
Rede na internet permite que turistas se hospedem em casas de locais.
Na
reunião de viajantes, em sentido horário: conversa entre um americano,
um brasileiro, um espanhol e um português; um casal colombiano; uma
turista belga; a suíça Caroline Reichlin; a alemã Charlotte Weihman com
seu mochilão; e o polonês Daren Dominiak (Foto: Victória Brotto/G1)
Todas as terças-feiras, viajantes de países diversos como Bélgica,
Alemanha, França, Inglaterra, Polônia, Colômbia, Portugal, Estados
Unidos, Turquia e até do Brasil se reúnem em um restaurante no centro da
capital paulista para trocar experiências e fazer contatos. Eles são
membros do couchsurfing, uma
comunidade na internet para quem quer receber turistas em casa ou se
hospedar na residência de pessoas em diferentes cidades pelo mundo."É mais fácil encontrar alguém que o hospede se você hospedou outras pessoas antes", explica ao G1 Andy Nakamura, 37 anos, brasileiro embaixador do couchsurfing (que em inglês significa "surfe de sofá") na cidade de São Paulo.
Nesta terça-feira (27), a reunião semanal virou uma festa para comemorar a ducentésima edição dos encontros. "Pelo programa, você arranja amigos em qualquer lugar. E ficar na casa de alguém que mora na cidade é muito melhor que qualquer guia turístico", diz o pesquisador norte-americano William Faulkner, 25 anos. Ele chegou em São Paulo há 20 dias para trabalhar na área de políticas públicas. "Ouvi falar do encontro por meus colegas de trabalho", explica.
Um deles é o português João Martinho, de 27 anos, que vive em São Paulo desde o ano passado e é frequentador regular dos encontros. É veterano também em receber pessoas em casa. Em São Paulo ainda não acolheu ninguém, mas em Lisboa já foram cerca de 15 "surfistas de sofá".
A alemã Charlotte foi ao encontro de mochila
nas costas (Foto: Victória Brotto/G1)
Charlotte Weihman, alemã de 27 anos, tinha acabado de chegar na cidade
quando foi ao encontro -- de mochilão nas costas. Ela diz que um dia
acordou e simplesmente decidiu viajar pelo mundo. Já passou por Chile,
México, Argentina, Paraguai e Uruguai -- a "prova" são as bandeiras
bordadas no mochilão. "Só falta a do Brasil", conta.nas costas (Foto: Victória Brotto/G1)
São Paulo não terá muito espaço em sua agenda. Ela ficará apenas quatro dias. Depois embarca para Manaus e, da capital amazonense, ruma para a África do Sul. "Mesmo com o tempo curto, faço questão de vir para reuniões assim. Conhecer gente é sempre bom."
O polonês Daren Dominiak, de 32 anos, era novato nos encontros de couchsurfing. Ele veio para São Paulo para ser operador do metrô por três meses.
Com um português básico, ele diz que nunca foi muito de estudar e que, quando a sua empresa metroviária em Varsóvia propôs fazer o intercâmbio profissional em São Paulo, não se preocupou em aprender a língua. "Vim com o meu inglês mesmo. E aos poucos estou aprendendo o português. Espero que esses encontros me ajudem."
A suíça Caroline Reichlin, de 19 anos, se preparou mais do que o polonês para vir para a cidade e, durante a festa, conversava em português fluente. "Estudei quatro anos espanhol na minha escola em Zurique. Isso me ajudou nos estudos de português." Caroline é voluntária há quatro meses em uma escola pública na Zona Oeste de São Paulo.
Para participar dos encontros, não é necessário convite nem registro no site. É só aparecer no restaurante e dizer que está lá para a reunião do couchsurfing.
Encontro de couchsurfers
Às terça-feiras, a partir das 19h30.
Restaurante Varanda Copan, 2º andar.
Avenida Ipiranga, 200. República.
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