Dilma vai à Argentina nesta quarta e se reúne com Cristina Kirchner

Presidente participa de conferência sobre integração com país vizinho.
Com semana cheia, Dilma enviará Temer para reunião da Unasul em Lima.

Priscilla Mendes Do G1, em Brasília

Cristina Kirchner dá presente a Dilma em reunião
da Unasul, em junho. (Foto: Natacha Pisarenko/AP)

A presidente Dilma Rousseff viaja nesta quarta-feira (28) para a cidade argentina de Los Cardales para participar de uma conferência promovida pela União Industrial Argentina (UIA). Ela também vai se reunir com a presidente argentina, Cristina Kirchner, para discutir a integração econômica entre os dois países, de acordo com o Itamaraty.
Dilma chegará para o encerramento da conferência, que este ano tem como tema "Argentina e Brasil: integração e desenvolvimento ou o risco da primarização". O evento é promovido pela UIA, órgão equivalente à brasileira Confederação Nacional das Indústrias (CNI).
Segundo a assessoria de imprensa do Planalto, Dilma deverá ir e voltar da Argentina no mesmo dia. Ela chegará à Los Cardales no final da manhã desta quarta-feira e, após participar do encerramento da conferência, terá uma reunião com Cristina Kirchner seguida de almoço.
Acompanharão a presidente os ministros Antonio Patriota (Relações Exteriores), Fernando Pimentel (Indústria, Desenvolvimento e Comércio Exterior) e Helena Chagas (Comunicação Social), além do assessor especial para assuntos internacionais, Marco Aurélio Garcia.
Durante a conferência, que reúne empresários e políticos, será discutida a integração econômica entre os dois países frente aos "desafios da inserção internacional no mundo contemporâneo", segundo informou o Itamaraty. Brasil e Argentina respondem, juntos, por 70% de todo o Produto Interno Bruto da América do Sul e por 60% da população.
O Brasil é o maior parceiro comercial da Argentina, de acordo com o MRE. O intercâmbio comercial entre ambos passou de US$ 12,9 bilhões em 2004 para US$ 39,6 bilhões no ano passado.

Unasul
Dilma decidiu não participar da 6ª Reunião Ordinária do Conselho de Chefes de Estado e de Governo da Unasul, que será realizada em Lima no final da semana. A presidente viajaria para a capital peruana na quinta-feira (29), mas decidiu enviar o vice-presidente Michel Temer em seu lugar devido a "agendas internas", segundo assessoria de imprensa do Planalto.
Dilma está tendo que lidar durante esta semana com os desdobramentos da Operação Porto Seguro, da Polícia Federal, que apura um esquema de fraudes em pareceres técnicos de órgãos públicos com a finalidade de beneficiar empresas privadas. Foram dez servidores públicos indiciados, entre eles a chefe de gabinete do escritório da Presidência da República em São Paulo, dois diretores de agências reguladoras e o adjunto da Advocacia-Geral da União.
Além disso, termina nesta sexta-feira (30) o prazo de 15 dias úteis para que a presidente sancione ou vete o projeto de redivisão dos royalties do petróleo, aprovado no início do mês pela Câmara dos Deputados.
Segundo assessoria do Planalto, um dos motivos que levaram Dilma a cancelar a viagem a Lima é que os chefes de Estado que participarão da Unasul estarão em Brasília na próxima semana durante a cúpula do Mercosul.
Além disso, a assessoria alega que Dilma está preparando diversas solenidades para a semana que vem. Há previsão de que seja anunciado na próxima quinta-feira (6) o plano de concessões de portos e aeroportos, segunda etapa do Programa de Investimentos em Logística lançado pelo governo em agosto.