Está é uma oportunidade para ampliar o conhecimento sobre a riqueza da cultura Yanomami, pois as produções cinematográficas feitas pelo povo originário, uma das maiores etnias indígenas do Brasil, retratam o cotidiano, ritos, mitos, entidades e divindades dessa população conhecida por sua cultura, tradições e modo de vida na região amazônica.
Serão exibidos quatro filmes curta-metragem com duração total de 1 hora e 27 minutos, oferecendo ao público da Bienal uma oportunidade de imersão e aprofundamento sobre a cultura ancestral e sobre a produção artística dos Yanomamis.
O curador Hélio Menezes, que fará a abertura da sessão de 30 de novembro, diz: “Se é prerrogativa a toda produção cinematográfica uma realização coletiva, o cinema Yanomami expande e complexifica essa dimensão, em filmes feitos com grande sensibilidade e beleza. A mostra, que reúne filmes de Aida Yanomami, Roseane Yanomami, Edmar Yanomami e Morzaniel Ɨramari, é um convite ao público das coreografias do impossível a assistir à força criativa, experimental e filosófica dos povos da floresta, assentada em diferentes miradas sobre o cotidiano que rompem qualquer linearidade temporal ou narrativa. É também uma oportunidade de ver as percepções desses artistas sobre a comunidade, suas práticas rituais, cosmologias, estratégias de relação com a câmera e, sobretudo, dimensões não visíveis da cultura Yanomami. Num contexto impossível, marcado pela violência dos invasores, conflitos fundiários e exploração criminosa dos recursos naturais de territórios indígenas, o cinema se transforma em testemunho e chamado, numa coreografia que nos convida a sonhar (e realizar) um mundo onde a terra não é sinônimo de mercadoria.”
Urihi Haromatipë – Curadores da terra-floresta
Dirigido por: Morzaniel Ɨramari
Ano: 2014
Duração: 60 min
Sinopse: Os trovões estão avisando: "a Terra está doente". Para curá-la, Davi Kopenawa reuniu os xamãs Yanomami de diversas regiões. Com a ajuda do alimento dos espíritos, o rapé Yakoana, eles vão tratar os males provocados pelas cidades e doenças dos brancos.
Mãri hi - A Árvore do Sonho
Dirigido por: Morzaniel Ɨramari
Com: Davi Kopenawa Yanomami
Ano: 2023
Duração: 17min
Sinopse: Quando as flores da árvore Mãri desabrocham, surgem os sonhos. As palavras de um grande xamã conduzem uma experiência onírica através da sinergia entre cinema e sonho yanomami, apresentando poéticas e ensinamentos dos povos da floresta.
Thuë pihi kuuwi - Uma Mulher Pensando
Dirigido por: Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami
Ano: 2023
Duração: 9min
Sinopse: Uma mulher yanomami observa um xamã durante o preparo da Yãkoana, alimento dos espíritos. A partir da narrativa de uma jovem mulher indígena, a Yãkoana que alimenta os Xapiri e permite aos xamãs adentrarem o mundo dos espíritos também propõe um encontro de perspectivas e imaginações.
Yuri u xëatima thë - A Pesca com Timbó
Dirigido por: Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami e Roseane Yariana Yanomami
Ano: 2023
Duração: 10min
Sinopse: Dois jovens realizadores yanomami descrevem o processo de pesca com timbó, cipó tradicionalmente empregado para atordoar os peixes. O encontro de vozes e perspectivas sugere o reencantamento das imagens como forma de contar histórias.
Mostra de filmes Yanomami – Aida Harika Yanomami, Edmar Tokorino Yanomami, Roseane Yariana Yanomami e Morzaniel Ɨramari
35ª Bienal de São Paulo – coreografias do impossível
30 de novembro e 02 de dezembro, 2023
quinta e sábado, 18h
auditório, andar azul
Pavilhão Ciccillo Matarazzo
Parque Ibirapuera, portão 3
Av. Pedro Alvares Cabral, s/n
São Paulo, SP
admissão gratuita
Sobre a Fundação Bienal de São Paulo
Fundada em 1962, a Fundação Bienal de São Paulo é uma instituição privada sem fins lucrativos e vinculações político-partidárias ou religiosas, cujas ações têm como objetivo democratizar o acesso à cultura e estimular o interesse pela criação artística.
A Fundação realiza a cada dois anos a Bienal de São Paulo, a maior exposição do hemisfério Sul, e suas mostras itinerantes por diversas cidades do Brasil e do exterior.
A instituição é também guardiã de dois patrimônios artísticos e culturais da América Latina: um arquivo histórico de arte moderna e contemporânea que é referência (Arquivo Histórico Wanda Svevo), e o Pavilhão Ciccillo Matarazzo, sede da Fundação, projetado por Oscar Niemeyer e tombado pelo Patrimônio Histórico.
Também é responsabilidade da Fundação Bienal de São Paulo a tarefa de idealizar e produzir as representações brasileiras nas Bienais de Veneza de arte e arquitetura, prerrogativa que lhe foi conferida há décadas pelo Governo Federal em reconhecimento à excelência de suas contribuições à cultura do Brasil.
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