Ramiro Brites
Veja
No início do mês, quando Janja gravou um vídeo dançante na Índia, o Planalto escalou Geraldo Alckmin para reparar o estrago da postagem festiva, publicada — e logo apagada — em meio a mortes e estragos provocados pelo ciclone no Rio Grande do Sul. Até aí, jogo jogado. O papel do vice-presidente é exercer o comando do Planalto na ausência do titular, que estava na reunião do G20.
Alckmin conduziu o trabalho pesado, fez anúncios de socorro e visitou vítimas das chuvas em pleno domingo. Agora, o vice foi retirado da função para dar lugar a Janja, num curioso movimento em que a primeira-dama parece ocupar a figura do vice na ausência do titular, já que Lula fará uma cirurgia e ficará no estaleiro.
JANJA NO COMANDO – Sem função oficial no governo, a primeira-dama viajou nesta quinta (28/9), acompanhada por ministros, e postou um vídeo em suas redes sociais no início desta manhã, registrando sobrevoo de helicóptero.
“Sobrevoamos Porto Alegre, que foi atingida pelas fortes chuvas dos últimos dias, e observamos os estragos causados pela maior cheia do Rio Guaíba desde 1941”, escreveu a primeira-dama, divulgando a si mesma. Depois viajou para a região de Lajeado, a área mais atingida pelas enchentes, onde anunciou medidas de auxílio aos gaúchos.
Desde o início da crise, a presença de Lula era cobrada no estado. O petista, no entanto, ignorou a calamidade no Sul para seguir com uma intensa agenda internacional.
APLACAR AS CRÍTICAS – A ideia de incluir Janja na comitiva foi uma tentativa de aplacar as críticas a Lula por sua ausência, mas ampliou o desgaste do Planalto entre os gaúchos, deu munição para a oposição e ainda deixou Alckmin ofuscado como um vice de ocasião.
Lula, que fará uma cirurgia no quadril nesta sexta-feira, disse que a viagem estava prevista para quarta-feira, foi adiada porque o governador gaúcho Eduardo Leite, foi à capital federal e “seria deselegante os ministros visitarem o estado sem o governador”.
O ministro Paulo Pimenta, integrante da comitiva, anunciou que Janja foi “olhar de perto” a situação das áreas afetadas e “anunciar medidas”. Também participam Waldez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário e Agricultura Familiar) e Wellington Dias (Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome), acompanhados de representantes de outros órgãos, como Banco do Brasil, BNDES, Caixa Econômica Federal, Conab, Defesa Civil e Agência Nacional de Águas.
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