No Irã está acontecendo a maior revolução feminista deste século. O grito de liberdade, embora silencioso na comunicação social, é ouvido por toda a gente sensível à justiça e que ama a humanidade. Diogo Araújo Dantas para o Observador:
Oitenta
anos depois do Holocausto, o antissemitismo foi ressuscitado por um
progressismo com um ódio cego a Israel e aos Estados Unidos, o que o faz
defender o indefensável: os talibãs, os terroristas palestinianos, o
Hamas e as sociedades autocráticas islâmicas. A comunicação social, cada
vez mais controlada por esta esquerda radical, deixou há muito de
noticiar os crimes contra a humanidade contra quem resiste no meio da
crueldade e do totalitarismo. Israel, a luz que ainda está acesa no meio
da escuridão obscurantista e farol de quem sonha ser livre, passou a
ser o inimigo de uma esquerda que não olha a meios para atingir os fins.
Basta dizer que, mesmo no nosso Portugal de brandos costumes, há quem
vá propagar para os programas de maior audiência que o terrorismo
indultado é romântico, que o desvio de barcos e aviões (com inocentes a
bordo) foi justificável e que o assalto a bancos foi ato de altruísmo.
Quem considerar que estes assassinos nojentos deviam estar a apodrecer
numa prisão escura, em vez dos sorrisos sonsos nos holofotes, é porque
deve ser fascista – esta palavra tão infame, que insiste em sair da boca
de um marxismo poeirento e que ataca os amantes da liberdade daqui até
ao Médio Oriente.
No
Irão está a acontecer a maior revolução feminista deste século. Já viu
ou leu alguma notícia sobre isto nos noticiários, jornais ou redes
sociais? Não, claro que não. Vivemos num mundo onde a comunicação social
é controlada e os influenciadores digitais são crianças a quem foi
feita uma lavagem cerebral progressista e liberal, entre garrafas de
vinho de cem euros e o ódio freudiano à sociedade patriarcal. Entre
estas estão as feministas conhecidas, elitistas com salários chorudos, a
venerar o Che Guevara e a Frida Kahlo enquanto escrevem artigos e teses
de doutoramento sobre o empoderamento das mulheres, o direito dos
homens que menstruam e o ódio à sociedade patriarcal. Lá longe, mais
ainda do que a distância real até ao Irão, a jovem Asra Panali, de 16
anos, foi espancada até à morte na própria escola por se recusar a
cantar um hino pró-regime.
Só
porque não apareceu nos noticiários das oito ou no programa dos
comentadeiros da moda, não quer dizer que não tenha acontecido. E não,
não é uma teoria da conspiração. Se procurarem um pouco em sites
independentes e agências internacionais sérias, podem ver vídeos
impressionantes do que se está a passar no Irão e como raparigas e
mulheres estão a desafiar corajosamente um poder que lhes diz como
vestir e onde ir e o que fazer e com quem casar e que sonhos não podem
ter.
Às
autoproclamadas feministas ocidentais não interessa saber se estas
mulheres têm um tratamento muito pior do que os seus animais de
estimação. Na verdade, o melhor é nem sequer pensarem na jovem de 22
anos, Mahsa Amini, morta na prisão depois de ter sido presa por uso
incorreto do véu islâmico. Estas pessoas, nascidas mulheres e que
menstruam, são as minhas heroínas que me comovem até às lágrimas. Vivem,
lutam e morrem por uma vida melhor, por uma liberdade que sempre demos
por garantida e que lhes é vedada por radicais nojentos sem honra. Não
lhes interessa o lixo ideológico das feministas portuguesas e
ocidentais. Não lhes interessa a política ou o poder. Mas o seu grito de
liberdade, embora silencioso na comunicação social, é ouvido por toda a
gente que é sensível à justiça e que ama a humanidade.
BLOG ORLANDO TAMBOSI
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